O delegado Sebastião Biazi concluiu na tarde de sexta-feira, 27 (anteontem) o inquérito policial sobre a morte do caminhoneiro Marcos Adriano Longo, o Curió, em 25 de janeiro. Três pessoas foram indiciadas por latrocínio (roubo com morte da vítima). São elas o réu confesso R.S.M. de 23 anos, morador de Jales; o menor de idade R.M.B., de 17 anos, morador de Urânia; e C.U.Z., de 47, morador de Jales, um dos dois irmãos sitiantes que inicialmente tinham sido presos por receptação de gado furtado. O outro irmão, R.G.U., de 51 anos, morador de Pontalinda, foi indicado por receptação.
Dois acusados estão presos em Jales, um em Guarani d’Oeste e o menor está na Fundação Casa, de Araçatuba. Todos responderão ao processo presos.
Segundo a investigação, naquele domingo, 25 de janeiro, o trio decidiu que iria furtar gado de uma propriedade rural e resolveu roubar um veículo para o transporte dos animais. Foi então que planejaram atrair um caminhoneiro para uma emboscada numa estrada rural. RSM telefonou para Curió simulando a contratação de um frete.
Ao chegar à uma estrada rural, próximo ao km 351 da rodovia Euphly Jalles (SP-563), Curió se deparou com o carro do sitiante C.U.Z., parado o caminho e o menor ao lado do carro, simulando um problema mecânico. Ao descer para ajudar, o caminhoneiro foi surpreendido pelo sitiante e por R.S.M. que estavam escondidos. A vítima foi amarrada e em seguida assassinada com golpes de um pedaço de pau na cabeça.
“A princípio, o menor e R.S.M. assumiram que ambos matarem o caminhoneiro, mas depois de algum tempo, ambos começaram a acusar o sitiante C.U.Z.O certo é que os três participaram do assassinato”, disse Biazi.
A informação desmente a versão inicial de que Curió tinha sido morto por se recusar a participar do furto de gado. “Foi um roubo mesmo. Desde o início, o trio queria apenas usar a caminhonete da vítima para furtar gado na região. Curió foi vítima de uma emboscada e foi morto a pauladas”.
Os dois irmãos sitiantes, que atuam no ramo de açougue foram interrogados três vezes, mas optaram fica em silêncio. Sem uma segunda versão para ser confrontada, não foi possível reconstituir o crime. A técnica é usada para esclarecer dúvidas sobre versões diferentes.
Um deles não teria participado do homicídio, mas apenas na receptação, já que foi no sítio de sua propriedade que a polícia encontrou o gado furtado no mesmo dia do crime e que foi transportado pela caminhonete da vítima.
Preso alguns dias depois, R.S.M. confessou o crime e levou a polícia aos locais onde disse ter enterrado o corpo e onde tinha deixado a caminhonete.
No primeiro depoimento, o assassino alegou ter agido sozinho e matado Curió depois de um desentendimento no local do frete, onde eles deveriam capturar e transportar alguns cavalos de sua propriedade.
Em seguida ele mesmo teria carregado o corpo da vítima por 110 metros, cavado a cova e enterrado a vítima. Na sequencia, se apossou da caminhonete dele, foi até uma propriedade na zona rural, cortou a cerca e furtou 12 cabeças de gado, descarregando os animais na propriedade de dois irmãos que atuavam no ramo de açougues em Jales.