O bimotor Beechcraft Baron 58 de registro PR-WCP que foi apreendido pela Polícia Federal de Jales no último domingo, 3 de julho, estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) vencido desde o dia 21 de junho. A aeronave invadiu o espaço aéreo brasileiro pelo Mato Grosso do Sul e foi forçado a realizar um pouso de emergência depois de ter sido interceptado e perseguido por dois A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira.
Segundo dados do Registro Aéreo Brasileiro (RAB), o Baron 58 foi fabricado em 1973 é de pouso convencional, tem 2 motores, com peso máximo de decolagem de 2.449 quilos e até cinco passageiros, e consta como adquirida recentemente, em 5 de abril deste ano. Segundo a AANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a categoria é para serviço aéreo privado e com operação negada para táxi aéreo. O proprietário foi identificado e a polícia investiga se ele tem participação no crime.
A ocorrência aconteceu na tarde de domingo, 3 de julho, quando a Polícia Federal de Jales foi alertada pela Força Aérea Brasileira (FAB) que uma aeronave suspeita tinha sido interceptada no espaço aéreo brasileiro e estava se dirigindo em direção ao Estado de São Paulo. Apesar dos pedidos de identificação, feitos via rádio, e da ordem de descida, o piloto do avião não identificado permanecia em voo, o que obrigou os homens da FAB a efetuar disparos para tentar convencê-lo a pousar. Finalmente, depois de alguns quilômetros de perseguição, a aeronave fez um pouso forçado em uma pista clandestina na zona rural de Pontalinda, na região de Jales.
Durante a revista no avião, os federais comprovaram a suspeita. Havia droga em todos os compartimentos da aeronave. O material foi pesado na Delegacia de Polícia Federal, totalizando 663 quilos de cocaína.
Dois tripulantes conseguiram fugir para uma mata antes da chegada dos policiais federais ao local. Buscas foram realizadas na região objetivando prendê-los em flagrante delito por tráfico de drogas, mas os suspeitos não foram localizados.
O veículo estava com diversas perfurações que teriam sido por disparos de arma de fogo feitos pelo avião da FAB e pelos próprios traficantes que tentaram incendiar a aeronave e destruir as provas do crime. Capsulas calibre 9mm foram encontradas próximas do avião.
A aeronave com avarias foi transportada em um caminhão, com o apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e DER até o aeroporto municipal de Jales onde passou por perícia. Foi preciso uma grande operação de logística para transportar a aeronave inteira por via rodoviária de uma cidade a outra.
Policiais militares de São Paulo e Mato Grosso do Sul também deram apoio às diligências no local, inclusive com a participação de dois helicópteros das corporações sul-matogrossense. As investigações serão conduzidas pela Polícia Federal em Jales.
INCINERAÇÃO
Por questões de segurança, a droga foi incinerada pela Polícia Federal dois dias depois, na terça-feira, dia 5, na presença dos policiais federais, representantes da Vigilância Sanitária e do Ministério Público Federal de Jales.
Aeronave apreendida pela PF foi comprada em abril
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