Uma grande reunião suprapartidária e com representantes da sociedade civil organizada de Jales e Fernandópolis definiu que a região estará unida em ações para reivindicar mais verbas para a Saúde. O objetivo final é conquistar o credenciamento do Hospital de Câncer de Jales junto ao Ministério da Saúde, evitar o fechamento do ambulatório de prevenção em Fernandópolis e conseguir a reclassificação da Santa Casa.
O encontro foi convocado pelo prefeito de Jales, Pedro Callado e aconteceu na sala anexa ao seu gabinete, na manhã de segunda-feira, dia 6 de junho. Estiveram presentes o deputado federal Fausto Pinato, o suplente de deputado estadual Gilmar Gimenes, representantes de outros parlamentares e os gestores da Santa Casa e do HCâncer, o procurador da República José Rúbens Plates e representantes de diversos órgãos, associações e entidades da sociedade jalesense e fernandopolense.
Foram definidas três ações. Confeccionar uma Carta de Jales com dados estatísticos, econômicos e sociais para ser entregue aos governos Estadual e Federal; requerer ao Ministério Público Federal para abrir um Inquérito Civil e convocar esses órgãos para audiências públicas sobre o assunto em Jales e, finalmente, envolver o Conselho Regional de Medicina (CRM) como forma de engrossar a reivindicação.
O prefeito Pedro Callado alertou para a urgência do tema e as suas consequências. “A Santa Casa de Jales atende mais de 60% de pacientes do SUS. Se ela não atender esses pacientes, para onde eles serão levados? Para Rio Preto? Araçatuba? Olha o transtorno. Será que dá tempo? Será que todos terão dinheiro? Se fechar o Hospital de Câncer de Jales, os municípios que fazem uso dele na região vão ter que deslocar ambulâncias e ônibus até Barretos. Quanto custa isso ao erário público? Sem contar o transtorno para o paciente. Então, a nossa preocupação é nesse sentido”.
Dr. Pedro frisou que os resultados só serão alcançados se as duas cidades estiverem unidas nas reivindicações. E se solidarizou com os vizinhos. “Quero registrar que Jales está ao lado de Fernandópolis nessa luta. Vamos juntos, unir forças para impedir o fechamento.A região tem que se unir. Só pensar em Jales ou só em Fernandópolis não adianta. Nós todos temos que crescer ”.
Em relação à Santa Casa de Jales, Dr. Pedro ressaltou que o hospital precisa de mais atenção das autoridades governamentais. “A Santa Casa vem lutando para ser elevada a nível estratégico. Vamos nos mobilizar para que esta reclassificação se concretize de fato, garantindo ao hospital recursos para continuar atendendo com excelência toda região”.
Pinato prometeu envolver todos os deputados na causa
Logo depois do prefeito, o deputado Fausto Pinato foi o primeiro a se pronunciar. Ele prometeu convocar todos os 81 senadores, os 513 deputados federais e os 94 estaduais, principalmente os da região para apoiar a causa. “O nosso partido hoje é o da permanência da vida. Nós temos que dar uma trégua, deixar de lado qualquer picuinha política. Não vou entrar na questão de quem está certou ou errado. Acho que o governador pode ceder um pouco e o Henrique Prata pode ceder um pouco, até encontrarmos uma solução”. Eu queria a conscientização do presidente do hospital que estamos num momento de transição e a economia do país está difícil”.
O gerente administrativo do Hospital de Câncer, Roger Mauro Dib, rebateu. “O Henrique não é radical. Se fosse, ele fecharia o hospital de Jales. A questão é que o dinheiro acabou. Ficam sempre pedindo mais tempo, mais tempo, mais tempo e o acordo foi que o hospital seria credenciado para que o governo pudesse arcar com o custeio. Atendemos mais de mil pessoas por dia e elas não podem esperar. Estamos vendo gente morrer na fila”.
O provedor da Santa Casa de Jales, Junior Ferreira, disse que seria necessário ratificar o progresso da região, que não estaria sendo reconhecido pelas autoridades. “Talvez eles estejam olhando para nós com os olhos dos anos 60, talvez não tenha mudado muito o pensamento deles. Tudo cresceu, mas talvez eles não tenham percebido. Antigamente éramos chamados de ‘final da estrada’ e quem sabe, colocando isso no papel, eles nos olhem com outros olhos”.