A vereadora Andréa Moreto Gonçalves usou o espaço destinado às explicações pessoais da última Sessão Ordinária da Câmara Municipal, na segunda-feira, 14, para denunciar a exposição de seus dados pessoais, inclusive número de telefone particular, com o objetivo de pressioná-la.
Segundo ela, entre a noite de sexta-feira, 11, e a tarde de sábado, ela e a sua esposa receberam dezenas de ligações e várias ameaças de morte.
Os dados dela e do vereador Bruno de Paula, teriam sido compartilhados por um outro vereador, que é comerciante, em um grupo de WhatsApp de empresários.
Áudio obtido pela reportagem também mostra o mesmo vereador oferecendo seus advogados para outros comerciantes processarem a Prefeitura por possíveis prejuízos causados pela restrição de funcionamento dos seus estabelecimentos.
Moreto relatou que foi importunada durante todo o fim de semana por telefonemas anônimos com objetivo de atormentar o seu descanso, e que alguns comerciantes fizeram ameaças agressivas. “Um comerciante chegou a dizer que iria mandar erguer uma estátua minha e do Bruno em frente ao Covidário e à UPA. Eu agradeço muito. Será uma honra”.
A quantidade de ligações foi tanta que causou uma crise de pânico na sua esposa, que sofre de episódios de ansiedade. Equivocadamente, o número compartilhado era o da cônjuge e não o dela. “Ficamos com medo até de sair de casa e isso não é justo. O vereador pode ser contra o nosso posicionamento, mas o debate tem que terminar na sessão. No dia seguinte, temos que nos unir pelo bem da população e não para prejudicar a vida pessoal do outro”.
A vereadora ressaltou que todos os parlamentares têm família e que seus familiares não tem envolvimentos político, portanto deveriam ser respeitados e permanecer longe do debate.
HORÁRIO RESTRITO
Os dados pessoais dos dois vereadores foram compartilhados pelo vereador/comerciante depois que Moreto e Bruno participaram de uma reunião com o prefeito e o comitê de combate ao novo coronavirus. Nessa reunião ficou decidido que o município seguiria os horários do Plano SP, com estabelecimentos abertos apenas até às 21 horas.
Segundo a denúncia, dados dos dois vereadores foram compartilhados como forma de retaliação.