A decisão de retirar os lancheiros da Praça João Mariano de Freitas (Praça do Jacaré) para acabar com o barulho que importunava os clientes de um hotel durante a madrugada parece ter tido o resultado contrario do esperado. Agora o local não tem mais os lancheiros e seus clientes, mas está cada vez mais habitado por usuários de drogas, moradores de rua e vândalos.
Na última quarta-feira, um homem foi roubado quando usava o banheiro da praça. A vítima contou que entrou no banheiro e foi seguida por um rapaz que usava bermuda, camiseta cavada e pediu dinheiro. Como o homem se recusou a dar, o rapaz enfiou a mão no seu bolso e pegou o telefone celular. Os dois entraram em luta corporal, mas o ladrão conseguiu fugir levando o aparelho.
Na madrugada seguinte, o dano foi cometido contra a própria instalação. Indivíduos desconhecidos roubaram todas as louças sanitárias do banheiro que fica sob o coreto da praça. Levaram uma porta de alumínio que foi instalada para ter maior durabilidade e até uma enorme grade que separava o corredor de entrada e o jardim. Várias pias e mictórios com os respectivos suportes foram levados. Até os bancos de madeira que são fixados no chão foram arrancados. A ação certamente foi cometida por mais de uma pessoa. Ninguém foi preso, mas a polícia está investigando. Quem comprar os objetos pode ser indiciado por receptação.
A Secretaria de Obras, Serviços Públicos e Habitação foi acionada e esteve no local registrando os danos. Será a terceira vez que a prefeitura terá que reformar a praça somente este ano. A última custou R$ 16 mil.
Segundo o chefe de gabinete da Secretaria, o engenheiro Manoel Andreo de Aro, o problema não é apenas repor os objetos furtados, já que os itens não estão disponíveis em um estoque municipal. “Vamos abrir um procedimento administrativo para comprar esse material, mas encontramos algumas dificuldades nesta época do ano. Dificuldades financeiras, orçamentárias e até com os fornecedores porque com a maioria deles nós já estouramos o limite legal de R$ 8 mil, que podemos comprar sem licitação”.
Manoel disse acreditar que, apesar das dificuldades, a reposição será feita em poucas semanas e as instalações estarão em ordem para receber os visitantes no final do ano. Porém, lamentou que a prefeitura tenha novamente que direcionar recursos materiais, financeiros e até humanos para reparar danos promovidos por vândalos. “O dinheiro é curto e temos várias prioridades A praça vai ser a terceira vez que consertaremos só este ano, enquanto tem outros lugares que nem mechemos ainda. O cobertor é o mesmo e não dá pra aumentar, então a gente tem que decidir onde vai investir”, disse.
GUARDA
Manoel reconhece que o problema poderia ser resolvido se a prefeitura tivesse condições de colocar guardas no local, mas a medida esbarra novamente na falta de dinheiro e na quantidade de prédios públicos que sofrem vandalismo.
Os servidores que estão lotados nas praças da cidade não são treinados para atuar como guardas e não têm condições de enfrentar grupos de vândalos. “Os nossos funcionários sofrem ameaças e fica difícil dar a cara a tapa. Eles têm família e é saber onde eles moram”. a