O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) julgou parcialmente procedente, na última segunda-feira, dia 21 de novembro, a apelação do médico otorrinolaringologista Luiz Henrique Semeghini, de Fernandópolis, assassino confesso de sua esposa Simone Maldonado, contra a sentença que, em primeira instância, o condenou a 16 anos de detenção. Com a decisão, a pena foi reformada e o médico vai cumprir apenas 12 anos de prisão. Na tarde da terça-feira, 22, Semeghini acatou o mandado de prisão e se entregou à polícia.
Apesar da redução da pena, concedida em função do atenuante de confissão do crime, a decisão do TJ pode significar o fim de uma história que já dura 16 anos e é considerada a mais longa da justiça brasileira. No mesmo despacho em que o desembargador de justiça Francisco Orlando diminui o tempo de cadeia de Semeghini, ele também expediu o mandado de prisão do médico, seguindo o novo entendimento de que condenados em segundo grau devem iniciar imediatamente o cumprimento da sentença.
Após se entregar, Luiz Henrique Semeghini foi ouvido pelo delegado Júlio Pesquero e, após realizar exame de corpo de delito, foi encaminhado para a Cadeia Pública de Santa Fé do Sul.
O crime
Depois de uma forte discussão no quarto do casal, após um Baile do Hawai realizado no clube Casa de Portugal, Simone se deitou, quando o esposo se aproximou dela, colocou um travesseiro sobre o corpo da mulher e fez sete disparos com um revólver de calibre 32. Três tiros atingiram o queixo e quatro o estômago da vítima.
O crime ocorrido por volta das 6 horas, não teve testemunhas. Na casa, além do casal, estava apenas Carolina, a filha mais velha, que tinha apenas 13 anos. A menina não ouviu os disparos. Após o assassinato o médico fugiu.
No julgamento de outubro de 2008, o Luiz Henrique Semeghini chegou a declarar que “Após matar a Simone eu entrei em curto, não me lembro, mas sai para me matar (…). Naquele dia não acabei só com minha vida, acabei com a vida dela e da minha família”.