A última sessão ordinária da Câmara Municipal de Jales, que acontece nessa segunda-feira, 12, marca a despedida de sete dos atuais vereadores. Dos sete, quatro – Pérola Cardoso(PT), Gilbertão(DEM), Sérgio Nishimoto(PTB) e Fagner Pelarini(PRB) – nem chegaram a disputar a reeleição. Os outros três – Jesus Batista(DEM), Júnior Rodrigues(PSB) e Luís Rosalino(PT) – que estão no primeiro mandato como vereadores, bem que tentaram, mas não conseguiram se reeleger e irão para a suplência.
A lista dos vereadores que estarão se despedindo na segunda-feira poderia ser maior, mas o vereador Claudir Aranda(PDT) saiu de cena antes do término de seu quarto mandato. Sem avisar ninguém, Claudir – que foi transferido para uma gerência dos Correios em Indaiatuba(SP) – pediu uma licença em setembro e não voltou mais, nem mesmo para se despedir de seus colegas ou de seus eleitores. No lugar dele, assumiu o suplente João Valeriano Zanetoni(PRB), que, a partir de janeiro, será o titular de uma cadeira de vereador, depois de ser um dos candidatos mais votados nas eleições de outubro passado.
As despedidas já começaram, na verdade, na sessão de segunda-feira passada, quando o vereador Gilbertão utilizou seu tempo nas “explicações pessoais” para pedir desculpas a cada um de seus colegas, inclusive ao ausente Claudir Aranda. Gilbertão, que é o vereador mais antigo – ele começou sua carreira em 1997 e só não foi vereador no período 2009-2012, quando concorreu ao cargo de vice-prefeito – dedicou desculpas especiais ao seu colega Tiago Abra(PP), com quem manteve algumas desavenças e a quem classificou de “quase um desafeto”.
Quatro vereadores estão encerrando a carreira política
Gilbertão confirmou, mais uma vez, que está encerrando definitivamente sua carreira política, depois de quatro mandatos como vereador. Nos últimos quatro anos, ele apresentou 161 indicações, 07 projetos (um deles regulamenta o uso da buzina por composições ferroviárias no período noturno, no perímetro urbano) e 21 moções – as duas últimas foram de aplausos ao juiz federal Sérgio Moro e de pesar pela tragédia com o time da Chapecoense. A especialidade de Gilbertão, no entanto, são os requerimentos com questionamentos ao prefeito. Em quatro anos, ele apresentou incríveis 439 requerimentos.
Outra que está encerrando a carreira é a petista Pérola Cardoso(PT). Vereadora por oito anos, Pérola apresentou, nesse período, 74 indicações, 36 moções, 04 projetos individuais, todos eles dando nomes a logradouros públicos, e 320 requerimentos, a maioria em conjunto com outros vereadores. Ao jornal, Pérola disse que a vereança foi uma experiência válida. “Foi um aprendizado”. Pérola afiançou que não carrega nenhuma frustração. “Eu gostaria de ter feito mais, mas a nós vereadores não é possível fazer muita coisa. Nossa atuação é limitada”. A vereadora diz que não tem planos para o futuro, mas não descarta voltar a trabalhar no Hospital de Câncer. “É uma coisa que eu gosto. Alguns ex-colegas de trabalho querem que eu volte, mas isso não depende só de mim”.
De seu lado, o vereador Sérgio Nishimoto – que também não pretende voltar à política – garantiu, assim como Pérola, que não carrega frustrações, embora tenha se decepcionado em alguns momentos. Ele disse que sua principal dificuldade foi conciliar o trabalho, como servidor municipal em Mesópolis, com a Câmara de Jales. “Queira ou não isso atrapalha um pouco, pois eu tenho que cumprir oito horas diárias no meu trabalho”, disse o vereador. Em dois mandatos, ele apresentou 87 indicações, 29 moções e 08 projetos individuais, além de outros 06 em conjunto. Um dos seus projetos proíbe o descarte de lâmpadas fluorescentes como lixo comum.
Reeleito para quatro mandatos seguidos, o vereador Claudir Aranda – que também está pendurando as chuteiras – não produziu muita coisa neste seu último mandato. Em quase quatro anos, ele apresentou apenas 11 indicações, 11 moções e 02 projetos em conjunto com outros vereadores (um deles declara de utilidade pública a escola de aviação CMM e o outro dá nome a ruas do conjunto “Honório Amadeu”). Claudir assinou, ainda, 71 requerimentos, mas apenas 15 deles foram de sua própria iniciativa. Num dos seus requerimentos, Claudir questiona o prefeito Callado sobre a possibilidade de a Prefeitura vender o estádio municipal.
Rosalino, Jesus e Júnior Rodrigues pretendem voltar
Pelo menos três dos vereadores que estão se despedindo garantem que – se depender deles – esse não é um adeus definitivo. O servidor público aposentado, Jesus Martins Batista, por exemplo, ainda não sabe o que vai fazer a partir de janeiro, mas não está desistindo da carreira política. “Eu vou descansar esse final de ano e depois vou ver o que vou fazer, mas eu pretendo continuar batalhando por um espaço na política”. Em quatro anos, Jesus apresentou 124 indicações, 16 moções, 360 requerimentos, quase todos em conjunto, e 08 projetos de lei, dos quais apenas 04 foram aprovados. Um deles – o único que não foi apresentado em conjunto com outros vereadores – dá o nome do pai de um servidor ao “Centro Dia Idoso”, que ainda está sendo construído.
Outro que não desistiu da política é o petista Luís Rosalino, que pretende retornar à Câmara em 2021. Nos quatro anos de seu primeiro mandato, Rosalino apresentou 70 indicações, 21 moções, 368 requerimentos, a maioria em conjunto, e teve 09 projetos aprovados, dos quais somente três eram de sua exclusiva autoria. De seu lado, Rivail Rodrigues Júnior teve uma produção parecida com a de Rosalino. Em quatro anos, foram 75 indicações, 15 moções, 388 requerimentos e 06 projetos de lei. Um dos projetos de Júnior Rodrigues proíbe a parada prolongada de composições ferroviárias no perímetro urbano.
Por fim, o vereador Fagner Pelarini, o Nenê do Pet Shop, é outro que está se despedindo e talvez não volte mais. Ele não deu certeza, porém, se está encerrando a carreira. Nenê assumiu uma cadeira de vereador em abril do ano passado, substituindo o cassado André Ricardo Viotto(PSD), e, em 20 meses, apresentou 26 indicações, 03 moções e 14 requerimentos, dos quais a metade(07) de sua própria autoria. Apesar de ter dito ao jornal A Tribuna, ao assumir a cadeira de vereador, que tinha muitos projetos em mente, Nenê apresentou apenas 01 projeto de lei. O único projeto de Nenê “obriga o plantio de árvore defronte construções novas”.