A Prefeitura de Jales pode estar prestes a dar uso a um dos mais conhecidos “elefantes brancos” da cidade, a Casa do Produtor Rural. Sem nenhuma utilidade desde que foi inaugurado pelo então prefeito Humberto Parini, há cerca de cinco anos e meio, o prédio pode ser finalmente ocupado, porém, não para o destino para o qual foi construído.
“Há seis meses estamos pleiteando a instalação de um centro de hemodiálise para aquele local. Não tínhamos anunciado antes para não criar expectativas que poderiam não se concretizar”, disse o vice-prefeito José Devanir Rodrigues, o Garça, à rádio Assunção. Ele foi encarregado de comandar o projeto.
“Não depende apenas da Prefeitura de Jales. Se fosse assim, já teríamos implantado há muito tempo. Mas em breve teremos uma ótima notícia para quem faz hemodiálise. Os pacientes de Jales e toda a região não precisarão ir até Fernandópolis. Além de facilitar o tratamento, os pacientes poderão gastar no comércio de Jales e não de lá”, completou.
Garça ressalvou que o DRS XV (Departamento Regional de Saúde) impõe inúmeras condições para a autorização. Entre elas, a qualidade da água, higiene e restrição de circulação no local.
Segundo ele, “o caminho ainda é muito longo”. É preciso autorização da Vigilância Sanitária, DRS XV e até do credenciamento no SUS.
DESPERDÍCIO
Garça não se aprofundou no tema, mas se a conquista se concretizar, a Prefeitura estará dando destinação a um prédio que representa o exemplo típico do desperdício de dinheiro público.
A Casa do Produtor Rural foi inaugurada em novembro de 2012, com o objetivo de servir de apoio para a categoria. Porém, nunca abriu as suas portas para os seus verdadeiros destinatários. O convênio que permitiu a sua construção foi assinado com o Ministério da Agricultura em 2010 e previa incríveis gastos de R$ 672 mil, sendo R$ 556 por conta do Governo Federal e R$ 116 mil por conta da Prefeitura de Jales. A verba seria usada na “aquisição de patrulha agrícola e infraestrutura agrícola”.
Durante o período em que ficou abandonado, o prédio serviu para todo o tipo de uso, abrigando viciados em drogas e namorados. O único sinal de agricultura que se viu no local foi o mato que cresceu nos arredores.