O secretário estadual de Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, prometeu concentrar esforços para suprir a necessidade de policiais civis na Seccional de Jales, integrada por 22 municípios da região. A informação é do deputado Carlão Pignatari (PSDB), que acompanhou a comitiva de prefeitos e outras autoridades da região, em encontro com o secretário de Segurança realizado na terça-feira, 11. Nada menos que 15 prefeitos de municípios vinculados à Seccional de Jales, foram até São Paulo para o encontro com o secretário, onde reivindicaram mais policiais civis – delegados, investigadores, escrivães, agentes policiais, etc – para a região.
Carlão argumentou ao secretário Mágino a necessidade de recompor os quadros da Polícia Civil. “Temos pressa e precisamos preencher esses cargos, pois a segurança pública é de extrema prioridade para a população, que vive momentos de grande intranquilidade”, disse o deputado. Ele não foi o único deputado a defender o pleito da comitiva da região. Itamar Borges(PMDB) também participou do encontro. Ele afirmou ao secretário que a Seccional de Jales sofre com a grande defasagem de pessoal, “como mostra o estudo feito pelo Fórum da Cidadania de Jales”. O estudo citado pelo deputado mostra que treze dos 22 municípios não contam com delegado, enquanto oito estão sem escrivães e nove não contam com investigadores de polícia.
“A Seccional de Jales está localizada em uma região que faz divisa com os estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás e, apesar da falta de pessoal, desenvolve um grande trabalho, com produtividade muito maior que a média estadual. Para que esse bom trabalho tenha continuidade, é fundamental recompor o efetivo policial, uma vez que a criminalidade está aumentando”, disse o deputado. Segundo Itamar, o secretário Mágino teria reconhecido a importância do pleito e prometeu buscar alternativas para melhorar o efetivo da Seccional. “Em setembro, mais uma turma será formada na Academia de Polícia e certamente destinaremos investigadores e outros profissionais para a Seccional”, teria prometido o secretário, segundo a versão de Itamar.
15 prefeitos participaram do encontro com secretário
Dos 22 prefeitos da região, pelo menos 15 – Flávio Prandi (Jales), Ana Lúcia Módulo (Vitória Brasil), Américo Nascimento (Dolcinópolis), Elvis Carlos de Souza (Pontalinda), Josué Eduardo Assunção (Aspásia), Ademir Máschio (Santa Fé do Sul), Leandro Polarini (Mesópolis), Sérgio Polarini(Paranapuã), Jeder Fabiano Santiago (Santa Salete), Euclides Benini (Dirce Reis), Márcio Arjol (Urânia), Alaor Pansian (Santa Rita D’Oeste), Aparecido Goulart (Rubineia), Wair Jacinto Zapelão (Santa Clara D’Oeste) e Rubens José Belão (Três Fronteiras) – compareceram ao encontro com o secretário. Segundo o prefeito de Jales, Flá Prandi, “a Seccional de Jales vive uma situação delicada, pois a falta de pessoal atrapalha o andamento do trabalho policial em toda a nossa região”.
Os vereadores João Zanetoni, Bismark Kuwakino e Chico do Cartório representaram a Câmara de Jales, enquanto o assessor parlamentar Carlos Roberto Cardoso da Silva, o Cardosão, representou a deputada Analice Fernandes(PSDB) no encontro, que teve também a participação dos vice-prefeitos José Devanir Rodrigues (Jales) e Élcio Ribeiro Guimarães (Paranapuã).
Documento diz que Polícia Civil de Jales vive piores momentos de sua existência
O coordenador do Fórum da Cidadania e conselheiro estadual da OAB, Carlos Alberto Brito Neto, o Betinho, foi um dos articuladores do movimento que reivindica mais policiais civis para a região e liderou, ao lado do prefeito Flá Prandi, a ida da comitiva de prefeitos a São Paulo. Durante o encontro, ele entregou ao secretário Mágino Alves Barbosa Filho, um ofício assinado por representantes da sociedade civil, incluindo o bispo diocesano Dom Reginaldo Andrietta. O documento afirma, entre outras coisas, que “a Polícia Civil de Jales enfrenta nos dias de hoje, provavelmente, os piores momentos em várias décadas de existência”.
Segundo o ofício de cinco páginas, “nos últimos cinco anos houve um decréscimo de 25% na quantidade de policiais civis, com previsão de outras tantas lacunas ainda no ano em curso”. O documento diz, ainda, que a falta de pessoal “tem provocado sobrecarga de trabalho e acúmulo de função em localidades diversas, o que, forçosamente, leva à perda de eficiência e qualidade dos serviços, na sujeição a um regime escravocrata de trabalho e no acometimento de enfermidades”. Para o Fórum da Cidadania, “o triste cenário atinge em cheio a atividade investigativa”.