Prestes a ser enfeitado para a temporada de Natal, o Viaduto Antônio Amaro, popularmente conhecido como “Pontilhão da Avenida Francisco Jalles”, continua interditado para veículos com mais de 6 toneladas. Já se passaram dois anos e meio desde que a Prefeitura de Jales foi alertada pelo IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) sobre a necessidade de reformas na construção e decidiu impedir a passagem de veículos pesados. Atualmente, além dos enfeites de Natal, nenhuma outra medida prática está sendo tomada para solucionar o problema e reduzir os riscos que podem levar à sua interdição total ou até demolição.
Nem mesmo a fiscalização policial é realizada e não é difícil ver caminhoneiros ignorando as placas de proibição e circulando com caminhões pesados pelo local.
A expectativa da Secretaria de Planejamento e Trânsito é que a reativação da Zona Azul, em 2018, possa render recursos financeiros para que a prefeitura volte a firmar uma parceria com a Polícia Militar para implantar, por exemplo, a chamada Atividade Delegada. O secretário reconhece que a fiscalização é deficiente, mas garante que foram feitas algumas autuações.
De acordo com a Secretaria, a prefeitura não tem dinheiro para arcar com o projeto técnico necessário para avaliar os danos à estrutura e embasar uma possível reforma. Somente o estudo custaria aproximadamente R$ 400 mil. O custo, entretanto, é considerado inviável no momento. “É um recurso muito alto que a prefeitura não tem. Mas já estamos buscando através de convênios em alguns ministérios. Depois disso vem a execução da reforma que custa um valor extraordinário”, disse o secretário Nilton Suetugo.
Considerada uma das mais urgentes entre as urgências da administração, a obra do “pontilhão” pode começar a andar em 2018, quando o projeto técnico deve ser executado. Porém, não há qualquer data para a realização das reformas ou outras medidas recomendadas por ele. “A obra depende de uma ação governamental para ser viabilizada financeiramente. O problema é esse”.
Niltinho ressaltou que o estudo pode sugerir medidas de prevenção, como a interdição que está atualmente em vigor. Mas também pode indicar medidas mais drásticas como a interdição total ou até demolição. “Como a estrutura do viaduto é muito antiga, talvez a recuperação seja uma coisa muito mais complicada do que interrompê-lo. Nem faço idéia disso: interrupção ou demolição. Tudo depende do que o projeto concluir”.
Moradora denunciou tráfego pesado
Em agosto do ano passado, 14 meses depois da proibição, uma moradora do Jardim Novo Mundo filmou e fotografou o tráfego indiscriminado de caminhões e outros veículos pesados que impunimente ignoravam a determinação. Caminhões basculantes, caminhões-baú, de bebidas, de material de construção e outras cargas, além de ônibus particulares e de empresas públicas. Tanto no sentido Centro-bairro como vice-versa.
A proibição entrou em vigor em 1º de junho de 2015. Na ocasião, então o secretário de Obras, Manoel de Aro disse que a interdição era preventiva, foi decidida com base em uma análise do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) e tinha como objetivo evitar que os problemas estruturais da construção, que tem mais de 50 anos e nunca foi reformada, se agravassem. Ela foi sugerida pelo Conselho Municipal de Trânsito e vale para todos os veículos com peso acima de seis toneladas. “Caminhões, ônibus e demais veículos pesados devem buscar rotas alternativas”, sugeria um comunicado distribuído pelo Comutran na época.
Na opinião da moradora, que chegou a abordar um motorista, os caminhoneiros perceberam que a proibição não está sustentada por qualquer fiscalização e simplesmente ignoram o risco.
“Eu fico admirada com a falta de respeito dos motoristas que não estão nem aí para o risco de isso aqui desabar. Mas sem fiscalização, eu reconheço que fica difícil obrigá-los. O brasileiro é assim mesmo. Já tenho uma coleção de fotos”.