Filha de Lúcio Fiorilli, prefeito de Santa Albertina por três mandatos, a ex-prefeita Sandra Fiorilli Assunção administrou aquele município por quatro anos, entre janeiro de 1993 e dezembro 1996. Eleita em 1992, Sandra substituiu o pai e, ao deixar a Prefeitura, em dezembro de 1996, foi substituída por ele. Dessa forma, Santa Albertina foi administrada pela família Fiorilli por 12 anos consecutivos. Os problemas de Sandra começaram, porém, somente quatro anos depois que ela deixou o poder. Em 2001, com a eleição de Luiz Rodrigues da Silva, falecido recentemente, uma auditoria na administração de Sandra levaram ao ajuizamento de 17 ações civis públicas por improbidade administrativa e dano ao erário.
No total, as 17 ações contra Sandra e outros somavam R$ 6,4 milhões, em valores de 2001. O valor original da ação que está levando à apreensão das CNHs e passaportes de Sandra e outros cinco envolvidos é de R$ 231 mil. O jornal A Tribuna não conseguiu apurar os valores atualizados devidos pelos condenados, mas um cálculo efetuado por um contador judicial em 2013 apontava que, àquela época, a dívida total era de R$ 876 mil, sendo que o valor devido por cada um dos envolvidos era de R$ 258,9 mil (Sandra), R$ 123,1 mil (Siderval), R$ 191,6 mil (Moacir), R$ 43,9 mil (José Custódio), R$ 129,4 mil (Carlos) e R$ 129,4 mil (Panificadora).
Os seis acusados – entre eles os membros da comissão de licitação – foram condenados pela aquisição de alimentos para diversos setores da Prefeitura, junto à Panificadora Santa Albertina, no período 1993/1996, através de processos licitatórios fraudulentos. De acordo com a acusação, as cartas convites eram assinadas em branco e as licitações não passavam de “um simulacro, no qual todas as peças foram montadas de ordem a fazer parecer que tudo se fazia às claras, quando, na verdade, tudo era escancaradamente feito para beneficiar um único estabelecimento, a Panificadora Santa Albertina”. Ainda de acordo com a acusação, os produtos – pães, bolos, frios, biscoitos, etc – eram vendidos com preços superfaturados que superavam em até 80% os preços praticados na cidade.