A Rumo Logística está construindo um reforço do sistema de drenagem de água da chuva que passava pela ferrovia, no trecho sob o viaduto Antônio Amaro, especialmente nas proximidades do cruzamento da Rua Dezoito com Avenida Francisco Jalles.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Urbano, Manoel de Aro, a obra foi necessária porque houve um aumento do volume de água evidenciado nos últimos anos no local.
Ainda segundo ele, o novo sistema de drenagem é composto por duas caixas de captação de drenagem superficial, as quais ligavam um tubo de 600mm. “A obra irá capacitar este sistema com a inclusão de mais uma linha de tubo de 600mm em cada caixa. A implantação do novo sistema de drenagem se justificava devido ao alto volume de água que é escoado da Rua Dezoito direto para a ferrovia, que acarretava risco à segurança ferroviária da empresa, devido aos grandes volumes direcionados em dias de elevada precipitação”.
RISCO PARA O VIADUTO
A obra não tem relação com riscos à estrutura do viaduto, mas as declarações do secretário evidenciam que houve realmente um aumento do volume de água que desce pela Rua Dezoito, o que pode causar erosão no local, problema que já foi abordado em reportagem feita pelo jornal A Tribuna.
A exposição das fundações do viaduto foi tratada em matéria publicada em dezembro de 2018, quando o então secretário de Planejamento, Nilton Suetugo, disse que equipes da Prefeitura tinham feito intervenções para reduzir o fluxo de água que descia pela Avenida Francisco Jalles e causava erosão no local. Ele explicou na época, que a estrutura do viaduto tem uma fundação de entre 12 a 15 metros de profundidade.
“A Prefeitura não tem autonomia para atuar sobre a linha de ferro, que é de jurisdição da empresa. O que fizemos foi recuperar o encaminhamento da água que vinha da parte de cima da avenida, mas a recuperação interna da linha é de responsabilidade da RUMO”.
Na ocasião, ele confirmou que a companhia tinha colocado dormentes de madeira para conter o deslizamento de terra, causado pela chuva, que poderia cair nos trilhos e causar descarrilamento.
Em 2015, o IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo) constatou, em uma vistoria, que a construção precisava de reforço na estrutura e solicitou o impedimento da circulação de veículos com mais de 6 toneladas.
Entre os principais problemas encontrados pelo IPT estão exposição de ferragens e fissuras. Os técnicos pediram que se evitasse o tráfego de veículos pesados por causa das frenagens, que de certa forma, empurram os blocos de concreto, chamados de tabuleiros, e podem provocar deslocamentos.
A proibição entrou em vigor em 1º de junho de 2015 e continua em vigor até agora, sem previsão de solução para o problema.
VISTORIA EM 2020
Novamente, em julho do ano passado, o viaduto foi submetido à nova vistoria. Na ocasião, engenheiros e técnicos da empresa Carmona Soluções de Engenharia Ltda, de São Paulo, vencedora do processo licitatório para elaboração de um estudo sobre o comprometimento da obra.
De acordo com o secretário municipal de Obras, Serviços Públicos e Habitação, Manoel Andreo de Aro, os trabalhos iniciais se darão através de acompanhamento para identificar se existem possíveis movimentações ou aumento de danos à estrutura.