Os vereadores Riva Rodrigues (PP) e Deley Vieira (DEM), em requerimento, questionaram a Prefeitura de Jales se a Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente de Jales (AACAJ) tem autorização para vender imóveis que foram doados pela Administração. Os parlamentares explicaram que receberam informações de que a AACAJ está vendendo áreas que foram doadas pela Prefeitura.
Riva falou sobre a propositura: “Chegou ao nosso conhecimento que a Aacaj está vendendo e já vendeu alguns imóveis, que são frutos de doação. Eu fiz uma pesquisa e consta a lei de doação. Todos sabemos que entidades assistenciais da cidade passam por um momento difícil, mas partindo do pressuposto que a entidade vende um terreno que foi doado para uma ampliação, ela acaba perdendo o seu teor. Precisamos saber se a AACAJ está em uma situação difícil porque é uma entidade importante”.
Deley comentou o requerimento: “O empresário que comprou a área está desrespeitando a lei. Ali tinha um campo de futebol, o empresário fez seis lotes, aterrou e deixou um “bacião” no fundo do lote e não tem saída da água. Quando vier a chuva, a água vai transbordar e vai para o terreno de pessoas que há muitos anos moram ali”.
Rodrigues e Vieira questionaram, também, à Prefeitura se a Aacaj apresentou alguma proposta de parcelamento de solo do terreno doado pelo Município e solicitou a cópia do mapa do parcelamento da área.
Os parlamentares indagaram a Aacaj se os imóveis doados pela Prefeitura foram vendidos, qual foi o destino da receita, quem avaliou e quais os valores estabelecidos para os imóveis, qual é o valor da dívida acumulada pela instituição, entre outras questões.
OUTRO LADO
Enila Ferreira, presidente da Associação se manifestou pelas redes sociais e, por telefone, autorizou o jornal a publicar a sua resposta.
Segundo ela, a AACAJ é uma instituição que recebe 55 crianças do município de Jales e passou por vários problemas inclusive uma dívida gigantesca com funcionários, falta de crianças e não tinha sequer segurança para os pais deixarem os filhos.
“A dívida de quando eu entrei na Presidência era de mais de R$ 75 mil só de funcionários. Ao longo desses 3 anos e pouco passando por uma pandemia, sem festas e sem dinheiro público, fizemos de tudo para manter a instituição em pé. Tínhamos dívidas com funcionários, causas trabalhistas entre muitas outras. Então em assembleia, junto com os diretores e pessoas que doam assiduamente, foi discutida a venda de alguns terrenos que a entidade possuía. Todos votaram a favor, com parecer jurídico de um advogado e com apoio dos membros do Conselho”.
A presidente explicou que o terreno que foi vendido não era usado pelas crianças e era ocupado apenas por pessoas que jogavam futebol e gastavam água da entidade, gerando ainda mais despesas.
“Agora como todos podem ver, a Entidade está totalmente segura para atendermos as crianças e os funcionários estão sendo pagos corretamente. Quanto a água que vai descer, a empresa que comprou os lotes, vai fazer tudo que precisa para o escoamento de água. E ainda vai fazer uma área com piscina e vestiários masculinos e femininos para podermos ensinar natação para as crianças”, disse.
“Do que adianta ter um terreno enorme e não ter nada a oferecer? Do que adianta ter um terreno enorme, se ele era usado apenas por usuários de drogas? Também gostaria que os vereadores questionassem, quem deixou a AACAJ afundada em dívidas e sem crianças, em qual gestão aconteceu o cabide de emprego e ajudassem a pagar as dívidas de impostos no valor de mais de R$9 mil adquiridas quando não era eu que estava na Presidência”, pontuou.