Por alguns minutos durante o espaço reservado à análise e votação das matérias da Ordem do Dia da Sessão Ordinária da segunda-feira, 13, o clima ficou quase tão quente dentro da Câmara quanto aqui fora. É que o líder da situação e a líder da oposição se estranharam.
Tudo começou durante a votação do Projeto de Lei 132/2023, de autoria da vereadora Carol Amador (MDB), que denomina de “Devânia Portera Domingos” a passarela sobre o canal afluente do Córrego do Marimbondo, na Avenida Maria Jalles, entre a Rua das Palmeiras e a Rua Dez. Uma reivindicação antiga dos estudantes, pais de estudantes e funcionários do Colégio Ferreira Prado.
Conforme este semanário noticiou, Devânia era servidora pública do Município de Jales e morreu em acidente no dia 17 de outubro, poucos minutos depois de deixar onde trabalhava, a Escola Municipal Professor “Alberto Gandur”, para almoçar.
Riva foi à tribuna para criticar a intervenção da colega. Ele disse que em respeito à homenageada, iria se abster de votar contra a proposta de Carol. E explicou:
“Aquela passarela era um pedido do pessoal da escola há 15 anos e foi construída com parte dos recursos das emendas impositivas que eu destinei no ano passado. Fiquei chateado e achei deselegante. Alí é um projeto que particularmente eu conduzi, tivermos reuniões com a escola, proprietárias, coordenadoras pedagógicas, o pessoal da escola vai colocar iluminação pública no local” disse, acrescentando que a obra está liberada, mas ainda não foi sequer inaugurada.
“Fica aqui o meu descontentamento acerca disso e reitero, nada contra a homenageada, mas acho que numa situação dessa, a gente deveria conversar melhor. A exemplo do projeto da Amacor. Fui eu que ajudei na construção daquele projeto, mas reconheço o trabalho que vossa excelência faz lá e a sua mãe, mas nesse caso da passarela eu fiquei chateado. Tomei ciência disso somente na reunião da CCJ na quarta-feira e, como se trata de um projeto que atende as exigências legais, eu não poderia dar um parecer contrário”.
DÊ EXPLICAÇÕES!
Carol não deixou barato e pediu que Riva desse explicações. “Eu não sei de onde veio a verba, não está escrito em nenhum lugar e não é porque um vereador projeta alguma coisa…eu não sei, dê explicações! Agora, já é a segunda vez que o senhor tenta me impedir de dar um nome [a uma obra], primeiro foi na areninha. Se o projeto é de vocês, deem um nome. Os prédios e as construções são públicos e eu não fico perguntando de quem é a verba. Eu gostaria até que o Jurídico me explicasse se pra nomear alguma coisa, eu preciso pegar a história de onde veio a verba e quem foi na reunião. Eu não consigo entender. (…) Eu peço desculpas, mas não tinha ideia de quem foi em reunião”.
Deley Vieira pediu vistas do projeto e prometeu à vereadora que o nome da homenageada seria dado a outra obra de maior vulto.
Como ela se retirou, Deley precisou chamar o nome dela por diversas vezes para explicar a sua sugestão. “Carol, Carol! Ué, cadê ela? Não vai ouvir, não?” O pedido foi aprovado por unanimidade.
SALA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Na mesma segunda-feira, dessa vez sem polêmica, foi aprovado o projeto de Deley Vieira que deu o nome do engenheiro agrônomo José Alberto Silveira de Matos, (ex-marido da secretária Sandra Gigante) à Sala de Educação Ambiental que será inaugurada no Bosque Municipal. José Alberto era um homem gentil, de bom trato, amante das coisas do campo e morreu em decorrência de complicações da Covid-19.
O autor da proposta, vereador Deley Vieira, justifica que a homenagem é para lembrar a sua coragem, resiliência e amor inabalável por sua família e amigos. “Sua gentileza e generosidade permanecerão em nossos corações para sempre”.