O marido da deputada Analice Fernandes, que é coordenador do PSDB na região, entrou em contato com a nossa redação para negar que a deputada esteja arquitetando um golpe contra o prefeito Luís Henrique dentro do Diretório Municipal da sigla, em Jales. Fernando Fernandes garantiu que Luís Henrique só não será candidato à reeleição para prefeito pelo partido se não quiser. E mais: vai expulsar do partido qualquer vereador que não apoiar a candidatura à reeleição. Ele se referia ao vereador Bruno de Paula, correligionário de Luís, mas adversário da administração municipal.
Fernando Fernandes, é um experiente tucano, foi prefeito de Taboão da Serra por cinco mandatos e tem importante liderança dentro da legenda. Ele foi um dos que abonaram a filiação de LH e prometeu à reportagem que virá a Jales nesta semana pós Carnaval para tentar convencer o prefeito de Jales a não sair do partido.
Conforme publicamos na coluna Enfoque, na edição do dia 12 de fevereiro, Analice Fernandes estaria tentando reduzir a influência do grupo de LH, filiando ao partido alguns desafetos dele e colocando na presidência seu principal aliado na Câmara Municipal, o presidente Bismark Kuwakino, que tem demonstrado disposição em engrossar a fileira da oposição à administração.
As rusgas entre o prefeito e a deputada teriam surgido porque ela queria apoio exclusivo do Paço Municipal na campanha para reeleição à Alesp. Como não conseguiu, Analice vem aos poucos desidratando o poder do grupo do prefeito no Diretório para dominar de vez as decisões internas. Analice estaria por trás também do recrudescimento da posição de Bismark e Bruno de Paula, os dois vereadores tucanos com assento na Câmara.
Fernando nega. “Isso não é verdade. Ela não controla ninguém. É uma injustiça o que estão fazendo com ela”.
Ainda segundo a Coluna, a convenção municipal do Diretório Municipal do PSDB marcada para o sábado, 11, tinha ares de golpe contra o prefeito Luís Henrique, que é vice-presidente da sigla. A deputada Analice não só pretendia emplacar chapa única com Bismark na presidência como povoar o partido com adversários irrecuperáveis de LH, como o ex-vereador Tiago Abra. Isso se reforçaria com a saída de expoentes como o próprio prefeito, o presidente Bixiga, o tesoureiro Reginaldo Viota, o diretor da Sabesp, Dalua, entre outros.
Entretanto, segundo a Coluna apurou, o presidente estadual da legenda, Marco Vinholi, se antecipou e decretou o cancelamento da eleição interna, refreando a intentona articulada pela deputada. Vinholi frisou que o prefeito tem legenda garantida em caso de disputa à reeleição e aquele não era o momento para convenções internas. A Coluna também lembrou que uma resolução interna publicada pela Executiva Nacional em 3 de fevereiro, estipulou que as convenções municipais só podem acontecer entre 1º e 31 de agosto.
Esse, inclusive foi um dos argumentos do ex-prefeito de Taboão. “Não foi uma intervenção do Vinholi. É uma resolução da Executiva Nacional [que cancelou as convenções]”.
DE SAÍDA
Dificilmente a visita de Fernando Fernandes surtirá o efeito de convencer Luís Henrique a permanecer na legenda, que tem ares de fim de festa pelo país a fora, principalmente no Estado de São Paulo.
Luís Henrique estuda propostas para se transferir para o Progressistas, de Fausto Pinato, e para o PSD, de Gilberto Kassab. A mudança não deve acontecer tão rapidamente, mas próximo ao meio do ano. Porém, as chances de permanecer no PSDB são bastante remotas.
Fernando terá de mostrar ao prefeito de Jales quais as vantagens que a legenda pode lhe oferecer e como poderá ajudá-lo a administrar e a se reeleger. O partido perdeu cadeiras nos parlamentos federais e estadual, perdeu o Governo do Estado depois de quase 30 anos, está sofrendo um considerável êxodo no município e os dois vereadores da legenda se tornaram opositores da administração.