Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Promotor vai investigar morte do comerciante de Jales em Araçatuba

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O comerciante Ademir Magalhães Rondina, 51 anos, matou os pais porque eles tentaram impedi-lo de continuar agredindo a própria mulher naquele momento. A informação foi passada pela polícia ao site de notícias da TV Tem (G1 Rio Preto). Os dois idosos foram mortos na manhã de domingo (21), no bairro Icaraí, em Araçatuba. Na noite anterior, Ademir teria brigado com a mulher por problemas financeiros e naquela manhã a agrediu com uma faca de cozinha. O casal morava com uma filha na casa dos pais, na rua Chile, onde os crimes aconteceram.   

Poucos minutos depois, Ademir, que possuía uma loja de tintas na Rua Nove, em Jales, foi encontrado ensanguentado pela PM na Rua Argentina, a cerca de 400 metros do local.

A partir daí as informações são desencontradas e recheadas de dúvidas. De acordo com a versão divulgada pela PM, depois de matar os pais e ferir a mulher, Ademir fugiu para um terreno vazio onde foi encontrado pelos policiais, que deram ordem para que ele se deitasse no chão. O homem, então teria atacado os PMs com tijolos, quebrado o vidro de uma das viaturas e ferido a mão de um deles.

Segundo a imprensa daquela cidade, o promotor Adelmo Pinho acompanhou o registro do boletim de ocorrência sobre o caso e informou que a Polícia Civil instaurou dois inquéritos. Um deles vai apurar o duplo homicídio e a tentativa de homicídio. Ele explica que, neste caso, como o autor morreu, provavelmente o procedimento será arquivado.

O outro inquérito deve averiguar se a conduta dos policiais militares, ao matarem o comerciante, foi amparada pela lei ou não, diante das circunstâncias. “Vamos apurar se houve excesso ou não, ou se agiram em legítima defesa. A conduta será analisada pela Justiça, independentemente da conclusão da Polícia Civil sobre o caso”.

O promotor informa que será preciso aguardar a emissão dos laudos relativos aos exames necroscópicos nos corpos dos envolvidos e também das perícias nos locais dos crimes para dar andamento à investigação.

CRIMES

A Polícia Civil já descobriu que antes das 7 horas de domingo, o casal teve uma discussão por problemas financeiros. Por conta disso, Ademir teria ferido a esposa com uma facada na região abdominal. Mesmo sangrando, a mulher teria conseguido correr para a rua. Foi então que os pais, o também comerciante Wilson Rondina, 73 anos, e Marineusa Magalhães Rondina, de 70, tentaram contê-lo e foram assassinados. Ainda não se sabe ao certo quais armas foram usadas para matar os idosos. Foram encontradas facas, uma espada e um revolver com três munições deflagradas. A esposa do comerciante foi atendida, medicada e liberada.

Marineuza foi assassinada na cozinha, Wilson na sala e Ademir teria tentado o suicídio no quintal da residência. No local havia uma poça de sangue e marcas das duas mãos dele no muro. Na casa estava ainda uma avó do comerciante, de 96 anos, que está acamada, e a filha do casal, de 12 anos. Elas não foram feridas.

SUICÍDIO

Ainda de acordo com a polícia, após matar os pais, Ademir tentou suicídio, utilizando uma corda para se enforcar. Como não conseguiu, fez um corte no pescoço e, em seguida, deu um tiro no próprio queixo de baixo para cima. O projétil saiu pela boca, quebrando vários dentes, mas não o matou imediatamente.

Ao ver os policiais chegando à sua casa, Ademir correu e foi perseguido pelas viaturas por três quarteirões, até entrar em um terreno baldio. No imóvel havia uma pilha de tijolos que o comerciante teria passado a atirar nos policiais.

Consta no boletim de ocorrência que, diante do suposto ataque, um dos policiais que estava sendo alvo dos arremessos recuou até encostar na viatura estacionada em frente ao terreno. Sem poder recuar mais, ele teria utilizado uma das mãos para se defender de um dos tijolos. Simultaneamente, efetuando um disparo, com pistola “ponto 40” que portava.

A versão policial garante que apesar de ferido com o tiro no queixo, um corte no pescoço e um tiro disparado pelo PM, Ademir continuou jogando tijolos contra a polícia. Foi então que um segundo policial disparou outro tiro. Após o segundo disparo, o comerciante parou de arremessar tijolos, permaneceu alguns segundos em pé e depois caiu, morrendo no local.

A versão da PM ainda está sendo apurada e os policiais que atuaram na ação foram afastados até o final do inquérito, que tem 60 dias para ser concluído.

A investigação da Polícia Civil vai apurar se a morte foi causada pelos ferimentos que ele mesmo se infringiu ou pelos tiros disparados pela PM; se ele estava desarmado e por que a PM não usou armas não letais (como pistolas de choque) para deter o homem que estava ferido, desarmado e acuado.

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