O promotor de justiça André Luiz de Souza, que atuou em Jales por muitos anos, está à frente da investigação de um caso de exploração sexual de menor, envolvendo um médico, advogado, empresário e até políticos em Ipiguá, na região de São José do Rio Preto.
Ao Ministério Público, uma adolescente de 14 anos denunciou que foi obrigada a fazer programas sexuais, obrigada pela mãe de um ex-namorado, com quem morava na pequena cidade de pouco mais de 4.400 habitantes. No documento, ela menciona o presidente da Câmara de Vereadores, um ex-vereador, um funcionário da prefeitura, um advogado, um empresário e um médico.
Segundo a menina, a maioria dos encontros ocorria em um motel próximo do trevo de Onda Verde, que não solicitava documentos da menor. “Eu realizava os programa por volta das 15h e permanecia aproximadamente uma hora com cada pessoa”, disse a adolescente no depoimento. Segundo a vítima, o agenciamento dos programas era feito por uma mulher chamada Sílvia, que é apontada como a companheira de Abner Saulo de Oliveira Calixto, acusado de matar o delegado da Polícia Civil, Guerino Solfa Neto, em junho. Foi a partir da investigação da Polícia Civil sobre a morte do delegado que a denúncia envolvendo a garota veio à tona.
“Silvia ligava para as pessoas e fazia propaganda minha, dizia que uma menina de 14 anos estava trabalhando e que era nova e bonita. A Silvia me vendia pelo valor de R$ 50 e R$ 100. Inicialmente, os encontros aconteciam na porta da cada de Sílvia ou no trevo de Onda Verde, onde eu aguardava as pessoas que combinavam o programa com ela (Sílvia)”, afirmou a menor em seu depoimento.
No depoimento feito na presença de conselheiras tutelares de Ipiguá ao promotor da Infância e Juventude, André Luís de Souza, no dia 18 de julho, a menina afirma que se mudou para a casa de Sílvia após iniciar um relacionamento com o filho da mulher. A adolescente menciona que sua mãe, que não aprovava o namoro, mudou-se para Catanduva.
O promotor André declarou durante entrevista à TV Tem, afiliada da Rede Globo, que deve pedir auxílio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para aprofundar a investigação. A apuração vai depender, por exemplo, da quebra do sigilo telefônico dos acusados.