Como parte das celebrações do Dia Nacional da Consciência Negra, a Escola Estatual de Ensino Integral, Prof. Carlos de Arnaldo Silva, apresentou as atividades desenvolvidas dentro do projeto Brasil Afro. Semanas de pesquisas resultaram em uma grande diversidade de atrações com o objetivo de valorizar a contribuição do negro para formação do povo brasileiro.
Os alunos do 6º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio, foram mobilizados para mapear a trajetória do negro no país, desde os famigerados navios negreiros, tão bem retratados no épico poema de Castro Alves, a sua marcante presença na cultura brasileira contemporânea.
Teatros, musicais, danças e vídeos marcaram o evento na comunidade escolar. O espetáculo musical contou com interpretação da música Zumbi, sucesso de Jorge Ben Jor, encenada pela aluna Samara, do 8º ano. Uma crítica social do “Negro Drama”, dos Racionais MC´s, foi interpretada por alunos do 9º ano. Uma composição própria, no estilo rap, feita por alunos da 2ª série do ensino médio, também recebeu aplausos.
O enredo foi o ponto alto da atividade, permitindo aos espectadores adentrar no rico universo da cultura afro e sua fusão com demais povos e, ao mesmo tempo, tocar nas feridas abertas por um perverso sistema escravocrata que açoitava a dignidade humana e construía uma deplorável segregação social. A dor da exclusão produziu a força para o grito de liberdade e a memória do sofrimento fez brotar a luta contra intolerância e ignorância dos que se julgam superiores. “A cada número o público foi levado pelas mãos da compreensão de um povo rico, diverso, e capaz de construir uma vida de alegria e paz, buscando superar a nossa incapacidade de entender que as diferenças compõem o humano. Sendo o respeito o que nos torna de fato humanos”, disse o professor coordenador da área de Ciências Humanas, Silvio Luiz Lofego.
Segundo o professor doutor, “desse modo, procurou atender a proposta da Educação para as Relações Étnico-Raciais, conforme às determinações das Leis N. 11.645/2008, Lei N. 10639/2003 e Lei N. 9394/1996, que atribui a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. O evento abordou, mais especificamente, as questões relacionadas ao negro, tendo em vista o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro.
Ainda segundo o professor doutor Silvio Lofego, o trabalho vai de encontro à necessidade histórica de corrigir distorções e injustiças sofridas pelo negro em nossa história, bem como valorizar a contribuição da cultura afro em nossa sociedade. “O espaço escolar é privilegiado para proporcionar o desenvolvimento do pensamento crítico e cidadão dos nossos educandos. É desse espaço que pode emergir uma sociedade de respeito as diferenças e que priorize a dignidade humana”, concluiu.