Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Prefeitura vai contratar empresa para ajudar no combate à dengue

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A Prefeitura de Jales divulgou, na semana passada, a abertura de uma licitação visando a contratação de uma empresa para auxiliar a equipe municipal de combate ao mosquito Aedes Aegypti, que está desfalcada de cerca de 15 agentes de endemias. De acordo com o coordenador do Comitê de Combate à Dengue, o ex-vice-prefeito Clóvis Viola, Jales precisaria contar com pelo menos 24 agentes de endemias para cobrir os 24 mil imóveis existentes na zona urbana, mas, atualmente, a equipe conta com apenas 09 agentes. Na Prefeitura de Jales, os agentes de endemias, cujo salário-base deveria ser de R$ 1.014,00, ganham menos de um salário mínimo, o que fez com que muitos dos aprovados em concurso desistissem do serviço.

A licitação – na modalidade Pregão – aberta pela Prefeitura pretende contratar uma empresa prestadora de serviços que esteja disposta a fornecer 30 trabalhadores para ajudar os agentes de endemias, pelo prazo de três meses. De acordo com informações obtidas por A Tribuna, a Prefeitura está disposta a pagar, no máximo, R$ 280 mil à empresa contratada, o que significa R$ 93,3 mil por mês.

A realização do Pregão para contratação da empresa está prevista para a próxima sexta-feira, 15. Na justificativa enviada ao prefeito Pedro Callado, junto com o pedido de autorização para contratação da empresa, a Secretaria Municipal de Saúde citou o reduzido número de agentes de endemias e a expressiva quantidade de casos confirmados de dengue, que, até o dia 19 de abril, já tinha atingido mais de 900 pessoas em Jales.

A contratação de uma empresa prestadora de serviços não é a única iniciativa da Prefeitura para auxiliar os encarregados de combater a dengue. De acordo com o chefe de gabinete Ivan Bertucci, o município está tentando uma parceria com Tiro de Guerra de Fernandópolis, visando a realização de arrastões contra a dengue, nos finais de semana. Ivan confirmou, na sexta-feira, que a parceria ainda está sendo formatada, uma vez que os integrantes do Tiro de Guerra são voluntários e muitos deles trabalham, inclusive nos finais de semana.

Casos confirmados em Jales já passam de 900

Até o dia 19 de abril, a Secretaria Municipal de Saúde já tinha contabilizado 1.998 notificações da dengue e pelo menos 943 casos confirmados, dos quais 914 são autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade, e outros 29 importados. Desde 2001, quando o então vereador Clóvis Viola foi a primeira vítima da dengue em Jales, este é o maior número de vítimas registrado nos primeiros quatro meses do ano. Em 2013, quando a dengue bateu o recorde de 2.822 notificações e 1.672 casos confirmados durante o ano inteiro, a nossa Secretaria de Saúde tinha registrado, até o final de abril, 555 casos da doença, ou pouco mais da metade dos casos registrados neste ano. Ou seja, se as notificações continuarem no mesmo ritmo, 2015 poderá superar o recorde de 2013.

A responsável pela contabilização e divulgação dos casos de dengue, Vanessa Luzia da Silva Tonholi, explicou que a dificuldade em manter os números atualizados é consequência da grande quantidade de notificações. De qualquer forma, os números contabilizados até o dia 19 de abril deste ano já representam exatamente o dobro dos casos confirmados durante todo o ano passado, quando a cidade contabilizou 472 vítimas do Aedes, de janeiro a dezembro. Por outro lado, 2012 foi o ano em que Jales teve menos casos da doença: nos doze meses daquele ano, foram registrados apenas 09 casos confirmados.

Sete em cada dez cidades da região vivem epidemia de dengue

Até o final de abril, a região Noroeste Paulista, com 80 municípios e quase 2 milhões de habitantes, já contabilizava mais de 33 mil casos de dengue. Na média, um em cada 60 moradores da região já contraiu o vírus da doença neste ano. A situação mais grave acontece em Catanduva, onde até o final de abril já haviam sido confirmados 11.454 casos de dengue e 23 mortes em decorrência da doença ou 10% das 229 mortes ocorridas no país. Em São José do Rio Preto, a maior cidade da região, com mais de 400 mil habitantes, a Secretaria de Saúde já tinha registrado 2.989 casos confirmados e duas mortes.

No Estado de São Paulo, pelo menos 530 dos 565 municípios estão em situação de epidemia, segundo os últimos levantamentos do Ministério da Saúde. As duas regiões em situação mais crítica são as de Campinas e do Noroeste Paulista, onde está Jales. São Paulo é também o estado com mais mortes ocorridas em consequência da doença. Até o dia 18 de abril o estado já contabilizava 169 mortes, um recorde histórico, mas esse número já deve estar bem maior, uma vez que, somente nos primeiros três dias de maio foram confirmadas mais 13 mortes em consequência da doença. Em Sorocaba, a dengue já matou 22 pessoas e outras 14 morreram com sintomas da doença. Em Limeira, onde o número de vítimas fatais já chegou a 16, a dengue matou inclusive uma médica.

Embora não tenha registrado, oficialmente, nenhuma morte por conta da dengue, Estrela D’Oeste, onde o mosquito Aedes já infectou, em 2015, um em cada oito moradores da cidade, vive uma das situações mais graves do país. Em termos de Brasil, ela só perde para São João do Caiuá, no Paraná, com 6.044 habitantes, onde a dengue já vitimou um em cada cinco moradores.  Se a nossa vizinha Estrela D’Oeste não é, atualmente, o lugar ideal para passar um final de semana, de outro lado, aqueles que desejam fugir do mosquito Aedes aegypti não precisam ir muito longe: segundo as estatísticas estaduais, a pequena Dirce Reis é uma das três cidades da região onde ainda não foi registrado nenhum caso de dengue neste ano. Nova Castilho e Nova Canaã Paulista são as outras duas.

 

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