Em outubro de 2014, a assessoria da então prefeita Nice Mistilides distribuiu nota à imprensa comunicando a transferência do Almoxarifado Municipal – que funcionava em um terreno localizado na Rua Luiz Amadeu, no Distrito Industrial II – para o Recinto de Exposições “Juvenal Giraldelli”, mais conhecido como “Recinto da Facip”. A nota dizia que a transferência era uma antiga reivindicação da população e dos servidores municipais do setor de Obras e que a mudança proporcionaria cerca de R$ 100 mil/ano de economia para os cofres públicos.
Na ocasião, o então secretário interino de Obras, Aldo Nunes de Sá, declarou que a intenção da prefeita era reduzir despesas, uma vez que a Prefeitura gastava, segundo ele, R$ 100 mil por ano com o pagamento do aluguel do imóvel que pertencia, antigamente, aos herdeiros do falecido José Antonio Caparroz Bogas, e, atualmente, pertence à Iampar Holding e Participações Ltda. Apesar do então secretário anunciar uma economia anual de R$ 100 mil, o aluguel do imóvel custava cerca de R$ 3,7 mil por mês, ou pouco mais de R$ 45 mil por ano.
O problema, no entanto, não se resume ao equivocado cálculo matemático do ex-secretário. Seis meses depois da transferência do Almoxarifado e do anúncio da tal economia, a Prefeitura continua pagando o aluguel do imóvel. E pior: o município vai ter que prorrogar o contrato com a Iampar Ltda, que venceu em abril, e continuar pagando o aluguel por um bom tempo, apesar de o imóvel estar praticamente sem utilização. É que, apesar da transferência do Almoxarifado, no local ainda está funcionando uma oficina e um lavador da Prefeitura. O terreno está servindo, também, como uma espécie de “cemitério” de caminhões, ônibus, tratores e outros veículos que, sem condições de uso, foram descartados pela Prefeitura.
Um assessor do prefeito Pedro Callado disse que ainda não sabe quando a Prefeitura terá condições de deixar definitivamente o imóvel e parar de pagar o aluguel. “Nós ainda precisamos fazer algumas adaptações naquele barracão construído em 2008, que é utilizado como boate em época de Facip, para trazermos o lavador e a oficina para cá. Enquanto isso não acontece, vamos ter que continuar pagando o aluguel, apesar de o imóvel estar sendo pouco utilizado”, disse o assessor.