Antes de deixar o comando da Prefeitura, no final do ano, o prefeito Pedro Callado deverá resolver um dos problemas que se arrasta desde o final da administração do ex-prefeito Humberto Parini: a de falta de espaço no Aterro Sanitário Municipal para depósito do lixo domiciliar. Na quarta-feira, 19, funcionários da empresa Macchione Projeto, Construção e Pavimentação Ltda deram início aos trabalhos de implantação da primeira etapa da 2ª vala sanitária do Aterro Municipal, que inclui a instalação de uma geomembrana de polietileno de 4.527 metros quadrados, em uma área de 3.778 metros quadrados.
A segunda vala sanitária está sendo implantada em terreno localizado ao lado da primeira vala, inaugurada no governo Parini. Ela vai custar cerca de R$ 370 mil que serão pagos com recursos repassados pela Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, através do contrato Fehidro 384/2015. A Macchione Ltda – que é a mesma empresa responsável pela limpeza urbana e coleta de lixo em Jales – foi a vencedora da licitação aberta pela Prefeitura de Jales e encerrada em julho deste ano. Em função do período eleitoral, a ordem para execução dos serviços só foi emitida pela Secretaria de Obras em outubro.
O prefeito Pedro Callado acredita que, por alguns anos, a Prefeitura não terá problemas com falta de local para depositar o lixo doméstico. Para conseguir a licença que permitiu a implantação da segunda vala, a Prefeitura teve que transformar o aeroporto municipal em aeródromo privado. De acordo com o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Obras, Wellington Assunção, a nova vala deverá dar uma sobrevida ao aterro sanitário de, no mínimo, seis ou sete anos. “Esse tempo poderá ser maior, se fizermos mais algumas adaptações no local. Além disso, nós temos observado que a quantidade de lixo domiciliar recolhido em Jales não tem aumentado”, explicou Wellington.
Liminar evitou gastos para Prefeitura
A novela envolvendo o aterro sanitário municipal já vem desde o governo Parini, mas foi em setembro de 2014, que o enredo começou a ficar mais interessante. Naquele mês/ano, a Cetesb de Jales, que já havia pedido providências à então prefeita Nice um ano antes, decidiu reiterar o pedido e concedeu o prazo de 10 dias para que a prefeita explicasse onde pretendia depositar o lixo, uma vez que a licença ambiental já estava vencida e não poderia ser renovada sem uma autorização do Comando Aéreo(COMAR), em virtude da proximidade entre o aeroporto municipal e o aterro.
Em setembro de 2015, já com Callado à frente da administração, a Cetesb voltou ao assunto, o que obrigaria a Prefeitura a providenciar o transbordo (transporte) do lixo domiciliar recolhido em Jales para algum aterro sanitário privado, resultando em gastos que poderiam chegar a R$ 300 mil mensais. A Prefeitura chegou a abrir uma licitação para isso, mas o certame foi suspenso pelo Tribunal de Contas. Em outubro de 2015, a Prefeitura conseguiu obter uma liminar na Justiça de Jales que permitiu ao município continuar depositando o lixo no aterro municipal. A decisão da juíza Maria Paula Branquinho Pini levou em consideração a crise financeira vivenciada pelos municípios e os gastos que a Prefeitura de Jales teria com o transbordo do lixo.