Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Prefeito confirma intenção de colocar radar móvel

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“Se houver necessidade de colocar radar na Avenida Francisco Jalles em frente ao Hospital de Câncer ou em frente a uma escola, por exemplo, além de um redutor de velocidade, nós vamos colocar”. A afirmação foi feita pelo prefeito Pedro Callado ao programa Antena Ligada na última terça-feira.

Ela confirma a informação publicada com exclusividade pelo jornal A Tribuna em sua edição de 7 de junho. Com o título “Radar volta a fiscalizar motoristas”, o jornal informava que a prefeitura estava finalizando uma licitação para aluguel de um radar móvel a ser instalado na Avenida Francisco Jalles. A matéria tinha como base informações fornecidas pelo prefeito e pelo secretário de Trânsito, José Magalhães Rocha. 

Segundo o prefeito, a medida pode ser tomada mesmo que seja impopular. “Se a solução para as pessoas se disciplinarem for colocar radar, ela tem que ser tomada. Não interessa se ela vai desagradar. As medidas que desagradam são necessárias para que possamos ter uma vida melhor. Existem outras pessoas que não são motoristas e também têm direito de ser respeitadas”.

Recorrendo a outras polêmicas sobre a legislação de trânsito, Callado rebateu as acusações de que o aparelho sirva apenas para arrecadar dinheiro para os cofres combalidos da prefeitura. “Não é para ficar escondido atrás de um poste, não é para arrecadar. Do mesmo jeito que hoje usamos cinto de segurança deixamos de falar ao celular por causa das multas, o radar é para esta finalidade. O objetivo é evitar que aconteça o fato”. 

Ainda de acordo com o prefeito, a polêmica decisão de usar o radar móvel foi tomada  levando-se em consideração as inúmeras reclamações de moradores sobre o excesso de velocidade em locais de grande circulação de pessoas, como o Hospital de Câncer.

Ele negou, contudo, que o aluguel do radar seja imediato. “A licitação foi feita e está pronta. Não foi homologada ainda porque aguardamos o prazo de recurso e fica em aberto. Se houver necessidade a qualquer momento, de lançar mão dos radares, ela será feita”, ratificou.

Antes do radar, porém, o prefeito estuda a colocação de redutores de velocidade, uma modalidade mais moderna de quebra-molas, com medidas regulamentadas pelo Código de Trânsito Brasileiro. 

Prazo para radar contradiz secretário

As declarações do prefeito sobre a data de colocação do radar contradizem o secretário de Trânsito, José Magalhães Rocha. No dia 5 de junho, ele disse ao jornal A Tribuna que o uso do equipamento dependeria apenas do prazo da licitação. “Cerca de 60 dias”, segundo sua estimativa. 

Na semana seguinte, contudo, o prefeito negou o uso imediato do equipamento. “Nós nos planejamos. Vamos deixar tudo pronto. Não esperar acontecer o fato para depois sair atrás. Uma licitação demora de 90 a 120 dias se correr tudo bem. Se tiver recurso, demora de 180 dias a um ano, então já deixamos tudo pronto”. 

Porém, informações de bastidores garantem que a repercussão negativa da reportagem de A Tribuna sobre o radar obrigou o prefeito a adiar a medida. Ele teria sido alertado sobre um possível desgaste político num momento em que a principal reclamação da população é o péssimo estado do asfalto que obriga os carros a trafegarem em velocidade reduzida. No site e na Fan Page do jornal no Facebook, diversos leitores se manifestaram contrários ao radar.

Por e-mail, na última sexta-feira, Magalhães confirmou que a decisão foi dele e acrescentou a Avenida João Amadeu à lista de pontos críticos de excesso de velocidade. “A decisão foi da Secretaria de Planejamento e foi tomada principalmente devido a informações/reclamações que chegaram ao conselho de trânsito, sobre excesso de velocidade em alguns pontos da cidade, mais especificamente nas avenidas Shiguero Kitayama, Paulo Marcondes e João Amadeu”.

A afirmação do secretário foi a única resposta da administração a uma série de questionamentos sobre o assunto. A prefeitura simplesmente se recusou a esclarecer outras questões como se “o prefeito sabia da decisão [de colocar o radar] ou foi surpreendido; se houve recuo do prefeito diante da repercussão negativa e, principalmente, se a prefeitura pretende usar o radar e quando será o início da atividade do aparelho”.

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