Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Pouco utilizados, orelhões deverão ser reduzidos à metade

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Afetados por atos de vandalismo ao longo de sua história, os telefones de uso público (TUP), popularmente chamados de “orelhões” estão em desuso em Jales, assim como no resto do país. A notável expansão da telefonia móvel (celulares) entre todas as classes de consumo transformou os telefones de rua, anos atrás fundamentais para a população, numa espécie de estorvo sobre as calçadas em áreas de grande circulação de pessoas. 

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a concessionária dos serviços de telefonia pública – a Oi – constatou uma queda de 96% no uso de seus aparelhos nos últimos anos. De seu lado, a própria Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel – já percebeu a necessidade de reduzir o número de orelhões, após avaliar que metade dos telefones públicos instalados atualmente apresenta um tempo efetivo de uso de até 120 minutos por mês, ou seja, apenas 04 minutos por dia, em média. 

Em Jales, onde a Telefónica é a responsável pelos orelhões, a situação não é muito diferente. O comerciante Luiz Carbone, da Banca do Luiz, revela que os dois aparelhos localizados ao lado de sua banca de revistas são pouquíssimos utilizados. “Hoje em dia, até as crianças com seis anos de idade já tem celular. Pelo que eu vejo aqui na minha banca, as pessoas só usam os orelhões em casos de emergência, quando a bateria ou o crédito do celular acabaram”, diz Luiz.

O mesmo diz a comerciante Neide Baião Antonio, da Banca do Edu. “A utilização do orelhão caiu bastante. O pessoal só usa mesmo quando não é possível utilizar o celular. Aqui na banca, nós estamos vendendo poucos cartões, na comparação com anos atrás. Antigamente, a procura era bem maior, tanto que tínhamos cartões com várias quantidades de unidades. Agora, devido à pouca procura, o pessoal da concessionária só está deixando cartões de 20 unidades”, disse Neide.

O mesmo acontece com os dois telefones públicos localizados na Rua Cinco, nas proximidades da Prefeitura de Jales. “Sinceramente, eu quase não vejo ninguém utilizando esses telefones. Acho que deveriam manter apenas um, que já seria mais do que suficiente”, diz o comerciante Wagner Sellis, o Pintinho, que possui uma imobiliária bem em frente aos orelhões. Uma de suas clientes, Maria José, também opinou. Ela acha que orelhão não pode ser dispensado. “Certa vez, acabou a bateria do meu celular, estava numa situação de emergência, comprei o cartão e resolvi tudo. O orelhão, às vezes, é necessário”, afirma Maria José. Ela confessou, porém, que faz mais de um ano desde a última vez que precisou de um orelhão. 

O aposentado José Célio Martini – ex-proprietário da Martec Celulares – foi um dos primeiros jalesenses a possuir um aparelho celular. Ele conta que “no começo a ligação era muito cara; eu usava o celular, mas precisava às vezes do orelhão”. Hoje, avalia Martini, “as ligações e os aparelhos ficaram bem mais baratos e o telefone público acabou perdendo espaço. Eu mesmo não me lembro quando foi a última vez que usei um orelhão”.

Jales tem quase 400 orelhões

Um dos últimos levantamentos feitos pela Anatel mostrou que, em Jales, existem 384 orelhões, dos quais 09 são adaptados para deficientes auditivos e 12 para cadeirantes. No escritório da Telefônica, na esquina das ruas Cinco e Dez, ninguém soube informar se existe algum plano para reduzir o número de orelhões disponíveis na cidade. Se depender, no entanto, da Anatel, a quantidade de orelhões existente no Brasil – atualmente 1,7 milhão – deverá ser reduzida à metade.

As medidas já estão sendo estudadas pela Anatel e incluem a alteração da meta densidade que estabelece 04 orelhões para cada grupo de 1.000 habitantes, passando para apenas 01 orelhão por 1.000 habitantes. Além disso a Agência deverá alterar a regra que estabelece a distância mínima de 300 metros entre um orelhão e outro, passando essa distância para 600 metros.

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