Segunda-feira, Novembro 25, 2024

População denuncia criadouros do mosquito da dengue

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Preocupados com as doenças que o mosquito Aedes Aegypti pode causar, como dengue, febre chikungunya e o zika vírus, moradores de Jales entraram em contato com a equipe de reportagem do jornal A Tribuna e denunciaram diversos criadouros espalhados pelos mais diferentes bairros e locais da cidade.

Imagens feitas por um morador, por meio de um drone – equipamento capaz de voar e registrar imagens através de câmera e um controle remoto – registraram criadouros do mosquito em diversos imóveis da cidade e também no Recinto de Exposições Vereador Juvenal Giraldelli, onde acontece a Facip.

Em uma residência inacabada, uma piscina de concreto cuja obra ainda não foi concluída pelo proprietário,  apresenta água parada e suja no fundo. Já em diversos pontos do recinto da Facip foram fotografadas algumas caixas d’água destampadas e sujas, com água acumulada, além de muita sujeira espalhada pelo terreno A equipe do jornal esteve nos locais e confirmou as informações. “Acredito que o recinto da Facip seja um dos possíveis maiores criadores do mosquito que transmite a Dengue. Alguma coisa precisa ser feita naquele local”, disse o morador.

O caso se repete também no Clube do Ipê. As piscinas estavam com água esverdeada, propícia à procriação do Aedes. A situação foi denunciada por vizinhos, inconformados com a falta de respeito para com a saúde alheia. O fato se repete com a piscina do CIEVI – Centro Integrado Esportivo de Valorização do Idoso. “A prefeitura anuncia que a cidade vive epidemia de dengue e que vai promover mutirão de combate, mas não faz a parte dela. É uma vergonha que essa piscina esteja nesse estado e ninguém toma providência, fazem de conta que não é com eles”, relatou um morador do Jardim Estados Unidos, indignado com a situação.

Em dezembro, A Tribuna noticiou o caso de uma imponente casa vazia que ocupa dois terrenos, com três placas de “vende-se” e “aluga-se” instaladas por imobiliárias. O imóvel, no Jardim Nova Vida, possui uma piscina que frequentemente está com a água esverdeada. “Fiz a denúncia ao jornal em dezembro e quando a matéria foi publicada o caso foi resolvido. Porém a piscina já está verde novamente e a situação é preocupante, já que em nosso bairro e aqui mesmo em minha rua, várias mulheres estão grávidas, temos muitas crianças e não queremos correr riscos. Espero que resolvam, definitivamente, esse problema. Os proprietários precisam ter consciência da gravidade da situação. As fotos comprovam que não estamos mentindo”, disse a vizinha que fez as duas denúncias.

Ela aproveitou para reclamar da falta de consciência de moradores que depositam lixo na calçada de onde funcionava o prédio da AABB, na Rua 9. “Vejo que máquinas trabalham no terreno para retirada de entulho e lixo, mas na calçada, diversas pessoas depositam lixo. É uma vergonha essa falta de conscientização das pessoas, principalmente com tanta informação na mídia alertando para os perigos que o mosquito Aedes pode causar, como dengue, zika vírus e febre chicungunya”, disse indignada.

Com relação à preocupação com as gestantes a moradora está certa. Descobriu-se, que, no caso do zika vírus, transmitido pelo Aedes Aegypti, existe uma relação com o surto de microcefalia verificado na região Nordeste, fato que está preocupando os brasileiros – principalmente as grávidas – e provocando a mobilização oficial dos governos federal, estaduais e municipais. 

Mutirões

O Comitê Municipal de Combate à Dengue, presidido pelo ex-vice-prefeito Clóvis Viola informou que fará um mutirão de combate ao mosquito Aedes. A cidade já vive a situação de epidemia. “Nós ultrapassamos 150 casos confirmados e, tecnicamente, já estamos em epidemia. Falta apenas o Estado declarar a situação de epidemia em Jales. Se nada for feito, a situação tende a se agravar”, disse Clóvis em reunião para discutir o assunto com autoridades.

Patrícia Albarelo, secretária municipal de Saúde, destacou que o Comitê de Mobilização deverá realizar, nos próximos meses, mutirões de combate ao Aedes Aegypti. “A ideia era realizar mutirões nos dois últimos finais de semana de janeiro, fevereiro e março. Acredito, porém, que só vai ser possível iniciarmos essa ação no último final de semana de janeiro”. Para isso, Patrícia conta com a ajuda de voluntários. “Nós vamos procurar os clubes de serviços, as igrejas, etc, para conseguirmos a colaboração de voluntários. Sem eles, seria impossível esse tipo de ação. A ideia é que tenhamos, em cada final de semana, pelo menos 40 voluntários”, afirmou Patrícia.

Em princípio, os mutirões de limpeza estão marcados para 30 e 31 de janeiro, 20, 21, 27 e 28 de fevereiro; e 19, 20, 26 e 27 de março.

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