A Polícia Civil de Jales decidiu fechar o cerco contra os jogos de azar em Jales, entre eles jogo do bicho e as máquinas caça-níqueis, que funcionam quase sempre em bares dos bairros mais afastados do centro da cidade. Além de coibir a prática ilegal, o objetivo da polícia é identificar e processar os seus financiadores para descobrir a origem do dinheiro usado nesse tipo de contravenção. Há a suspeita de que o aumento dos pontos de jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis esteja sendo fomentado pelo crime organizado.
A investigação vinha correndo em sigilo e tinha coletado um importante volume de informações até o dia 21 de julho, quinta-feira passada, quando foi deflagrada uma operação contra os jogos de azar na cidade. Os policiais estiveram em cinco estabelecimentos e nesses locais foram encontradas máquinas caça-níqueis e máquinas usadas para o jogo do bicho. Os equipamentos foram apreendidos, assim como mais de R$ 6 mil em dinheiro.
Os investigadores concluíram que os jogos estavam sendo realizados em alguns bares da cidade, mas, no Brasil o jogo de azar é considerado contravenção penal, que é uma infração de menor gravidade. Por isso, os donos dos bares onde o material foi apreendido assinaram um termo de compromisso para comparecerem ao Juizado Especial Criminal e depois foram liberados.
Segundo o delegado seccional Charles Wistom de Oliveira, que interrompeu as suas férias na ocasião para responder à reportagem de A Tribuna, disse que o inquérito policial vai apurar se há indícios de lavagem de dinheiro, além da própria contravenção em si, e se há ligação com o crime organizado. “Um inquérito vai extrair tudo aquilo que houver nessa situação que nos preocupa de um modo geral porque pode ter enfoques no crime organizado uma vez que não se sabe de onde vem nem para onde estão indo os recursos. Sabemos que tem aqueles que trazem toda a estrutura do jogo do bicho e do jogo de azar para dentro dos municípios pequenos e precisamos saber quem são essas pessoas que estão agenciado tudo isso aqui”.
Delegado sofreu infarto e está na UTI, mas passa bem
Menos de uma semana depois de determinar a operação contra os jogos de azar e de conversar com a reportagem, o delegado Charles Wistom de Oliveira sofreu um infarto enquanto jogava uma partida de futebol com amigos. Ele foi levado para o IMC (Instituto de Moléstias Cardiovasculares) de São José do Rio Preto onde passou por uma angioplastia para a colocação de um stent. Um stent é um pequeno e expansível tubo tipo “malha”, feito de metal como aço inoxidável ou liga de cobalto. Os stents são utilizados para restaurarem o fluxo sanguíneo na artéria coronária e trazerem um ritmo quase normal. A angioplastia é o procedimento médico realizado com o objetivo de restaurar o fluxo sanguíneo por meio da introdução do stent no interior do vaso obstruído.
A expectativa do médico que o atendeu é que ele passe por outro procedimento ainda no fim de semana e permaneça na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) até a segunda-feira. A alta médica deve ocorrer até quarta-feira. A partir disso, Charles deve ficar em repouso por cerca de 30 dias.