Está em andamento na Delegacia de Polícia Federal de Jales um inquérito para investigar a prática de manobras arriscadas feitas por aeronaves sobre a área residencial nas imediações do aeroporto. As manobras foram filmadas e fotografadas por moradores em novembro passado e postadas em redes sociais. O caso foi noticiado inicialmente pelo jornal A Tribuna e viraram tema de reportagem da TV TEM e do Fantástico.
O inquérito é conduzido pelo delegado Haroldo Barcos Burghetti e chegou a ser encerrado no primeiro semestre e enviado para o Ministério Público Federal, que pediu novas informações sobre a data exata das manobras.
A equipe do delegado, então, fez uma busca nos registros de pouso e decolagens no aeroporto, mas o administrador não tinha nenhum registro dos procedimentos executados por aviões de pulverização agrícola, principal alvo das denúncias.
Novas audiências foram realizadas e o inquérito deve ser encerrado nos próximos dias, quando novamente será remetido ao MPF.
RECREAÇÃO
As manobras registradas eram feitas principalmente aos finais de tarde, bem próximo das casas e fora dos padrões de decolagem e aterrissagem, comuns em qualquer aeroporto.
Os vôos são feitos em todas as direções e sentidos. Na ascendente e na descendente em velocidade variada, sem limite de distância da pista. Algumas fotos mostram aeronaves dando rasantes a 400 metros do aeroporto e em sentido perpendicular à pista, portanto, fora dos procedimentos de pouso e decolagem. A suspeita é que se trate de uma perigosa recreação dos pilotos.
Uma queixa foi aberta no DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O inquérito apura as responsabilidades dos pilotos e dos proprietários dos aviões, além do proprietário da escola de aviação que funciona no aeroporto. A manipulação de combustíveis e agrotóxicos à beira da pista é outro fator considerado de risco e que está sendo investigado pelos federais.