Polícia caça divulgadores de boatos sobre ataques a escolas da região

Foram frutíferas as investigações sobre a origem e autores de boatos sobre ataques a escolas na região noroeste paulista. A Polícia Civil identificou e indiciou várias pessoas suspeitas de espalhar boatos sobre ataques a escolas e estudantes da região de São José do Rio Preto. As informações falsas circularam nas cidades de Santa Fé do Sul, Fernandópolis, Orindiúva, Paulo de Faria, Tanabi, Mirassol, Onda Verde e Rio Preto. Em algumas cidades as investigações foram feitas pelas polícias locais, mas em outras houve operação coordenada. Menores foram apreendidos e maiores foram presos. As investigações são independentes. Os casos serão encaminhados para o Ministério Público.
Sobre os casos nas cidades mais próximas de Rio Preto, o delegado seccional, Antonio Honorio Nascimento, disse que oito envolvidos foram identificados. “As pessoas envolvidas foram ouvidas, os suspeitos foram interrogados e todas as providências cabíveis estão sendo tomadas”. Os telefones celulares dos suspeitos estão sendo periciados.
As “fakes news” foram divulgadas em grupos de WhatsApp e seus emissores foram identificados pelo setor de inteligência da Delegacia Seccional de Rio Preto.
Segundo o delegado, foram registrados 12 boletins de ocorrência sobre notícias falsas que circularam em cidades da região. “Nas últimas semanas, percebemos que aumentaram muito as denúncias sobre supostos ataques. Quando começamos a checar, descobrimos que eram notícias falsas, plantadas, e que têm causado muita preocupação nas escolas e entre pais de alunos”, completou o delegado ao jornal Diário da Região.
Parte das pessoas identificadas como autoras são estudantes menores de idade. Nestes casos, o encaminhamento foi para a Vara da Infância e da Juventude das respectivas comarcas.
“Nos casos dos adolescentes pode até ser brincadeira ou trote, mas isso complica o trabalho policial, porque nos faz nos mobilizar. É bom lembrar que o crime de ameaça prevê a detenção de um a seis meses”, alerta o delegado.
FERNANDÓPOLIS
Dois indivíduos, autores de informações falsas foram identificados pela Polícia Civil de Fernandópolis até a última terça-feira, dia 11. Eles vão responder criminalmente pelos atos.
A investigação foi feita por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e do Centro de Inteligência que estão atuando para estabelecer a autoria dos crimes.
Dois dos envolvidos já foram identificados e vão responder pelas ações. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
SANTA FÉ DO SUL
A Polícia Civil divulgou Nota Oficial sobre ocorrências desse tipo em Santa Fé do Sul. Quatro adolescentes, alunos de uma Escola Estadual do município, foram conduzidos até a Unidade Policial em razão das informações de que faziam parte de um grupo do WhatsApp onde teria sido veiculado conteúdo de caráter nazista e discriminatório, além de ameaças de violência no ambiente escolar.
Os adolescentes foram ouvidos na presença de seus genitores, além de testemunhas e funcionários do estabelecimento de ensino e, em seguida, foram apreendidos e encaminhados para a Fundação CASA (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente). Os celulares e dispositivos informáticos dos adolescentes foram apreendidos e, cumpridos os requisitos legais, serão devidamente encaminhados para perícia e análise.
“Empenhada em evitar a desinformação e coibir ameaças de atos de violência no ambiente escolar, a Polícia Civil tem direcionado esforços para apurar qualquer informação que aporte na Central de Polícia Judiciária do município, inclusive, decorrentes de publicações realizadas em redes sociais ou aplicativos de comunicação e, neste contexto, foram mantidos contatos com plataformas de conteúdo com o objetivo de intensificar o fluxo de informações”, afirma a Nota.
A Polícia Civil de Santa Fé do Sul aproveita para recomendar que a população não encaminhe informações, publicações, áudios ou imagens de procedência duvidosa, considerando que existe grande quantidade de desinformação nas redes sociais e em aplicativos de comunicação, e que esse tipo de conteúdo somente possui efeitos danosos para a ordem pública e a vida em comunidade, inclusive, é relevante esclarecer que aquele que divulgar certos conteúdos para causar pânico/tumulto no ambiente social ou incitar a prática de crimes, pode ser responsabilizado criminalmente pela sua conduta.
“Importante também recomendar que a população e a imprensa evitem a divulgação de imagens/vídeos de agressões ocorridas em outras localidades, considerando inúmeros estudos do Brasil e de outros países que indicam que esse tipo de conteúdo pode estimular o comportamento agressivo de pessoas que possuam determinadas patologias”, frisa.
EVENTO REÚNE POLÍCIA E EDUCADORES
O Teatro Paulo Moura, de Rio Preto, sediou na quarta-feira, 12, um encontro com 770 educadores de 96 cidades da região com o comando do CPI-5 (Comando de Policiamento do Interior) para discutir ações preventivas contra violência nas escolas. A palestra Medidas Preventivas de Segurança em Ambiente Escolar foi ministrada pelo atual comandante do 9º Baep, major Paulo Beltrami, com técnicas de segurança.
Segundo o comandante do CPI 5, coronel Fábio Cândido, que abriu o evento, foram inscritos 400 diretores de escolas da região, mais 300 educadores da rede municipal de ensino, além de 70 representantes do setor educacional da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp). “Os professores precisam aprender a identificar os agressores e as ações a serem adotadas para proteger os alunos contra os ataques dos homicidas”, afirmou o coronel.