Não bastassem as críticas da imprensa e de vereadores, além das reclamações de moradores, o prefeito Pedro Callado está agora às voltas com a ação de pichadores que estão usando a “criatividade” para protestar contra a qualidade do asfalto em Jales e, indiretamente, criticar a situação das esburacadas ruas e avenidas da cidade. Não é a primeira vez que isso acontece, mas, nas últimas semanas, surgiram várias pichações com a frase “asfalto podre”, em diversos pontos da cidade.
A autoria das pichações ainda é desconhecida, mas elas refletem a opinião de muitos moradores, inclusive de comerciantes do centro da cidade. “É uma vergonha que a entrada da cidade esteja nessa situação. Fico imaginando qual é a impressão que os nossos visitantes levam da cidade se logo na entrada são obrigados a desviar dos buracos no asfalto da avenida. E não adianta ficar fazendo tapa-buracos. O problema só vai ser resolvido com um recape”, reclama o dono de uma lanchonete da Avenida João Amadeu, onde alguns trechos estão totalmente esburacados.
Na Câmara, o vereador Fagner Pelarini, o Nenê do Pet Shop, criticou as operações tapa-buracos realizadas pela Prefeitura e sugeriu que o prefeito contrate uma empresa especializada para fazer esse tipo de serviço. “Essas operações não estão sendo feitas da forma correta. Faz-se num dia e depois de um mês os buracos estão de volta”, disse Nenê. Ele criticou, também, a situação do asfalto das avenidas. “Um dos nossos maiores problemas são os buracos. Não tem condições de andar na cidade. Todo mundo reclamando, principalmente das nossas avenidas que são vias de acesso à cidade, com grande fluxo de veículos”.
Prefeitura ainda não sabe quando iniciará operação tapa-buracos
Depois de várias tentativas, a Prefeitura conseguiu encontrar uma empresa disposta a vender massa asfáltica para a municipalidade. Há quase um mês, a Cia Brasileira de Asfalto da Amazônia, com sede no Estado do Pará e uma filial em Caieiras(SP), assinou um contrato com a Prefeitura de Jales, no valor de R$ 600 mil, mas, até o momento, não entregou um metro de massa, apesar dos insistentes pedidos feitos pela Secretaria Municipal de Obras, o que impede o setor de iniciar a operação tapa-buracos.
De acordo com o secretário de Obras Manoel Andreo de Aro, a empresa alega que está com um equipamento quebrado e não consegue embarcar os produtos. “Nós já entramos em contato algumas vezes e a explicação da empresa tem sido essa. Solicitamos até a intervenção do vice-prefeito de Caieiras, que nos deu retorno, confirmando que, realmente, existe um problema com o equipamento da empresa. O presidente da empresa também nos ligou e disse que existe uma previsão de que o equipamento volte a funcionar nos próximos dias”, disse Manoel.
Empréstimo de R$ 4 milhões continua sendo analisado na Secretaria do Tesouro Nacional
Enquanto a Secretaria de Obras aguarda massa asfáltica para iniciar uma operação tapa-buracos, o prefeito Pedro Callado continua trabalhando em outra ponta, tentando viabilizar um empréstimo de R$ 4 milhões junto à agência de fomento do governo de São Paulo, a Desenvolve SP. Segundo, no entanto, as últimas informações, o processo não andou muito. De acordo com o chefe de gabinete Ivan Bertucci, o processo chegou há cerca de vinte dias na Secretaria do Tesouro Nacional, onde está sendo analisado. “Acreditamos que em mais uns 15 ou 20 dias tudo estará resolvido”, diz Ivan.
Por outro lado, a licitação para contratação de uma empresa para executar o recape das ruas – no caso de o empréstimo ser aprovado – ainda não começou, embora o prefeito Pedro Callado tenha garantido que ela poderia ser feita antes mesmo da aprovação do empréstimo. Segundo o secretário de Obras, Manoel de Aro, sua secretaria já fez o levantamento das ruas que deverão ser recapeadas e, na próxima semana, deverá finalizar a planilha orçamentária e o memorial descritivo, documentos primordiais para a abertura da licitação.
Para o chefe de gabinete Ivan Bertucci, no entanto, não haverá nenhum problema caso a licitação atrase um pouco. “De início, estávamos preocupados em acelerar o processo por conta do início do período eleitoral, mas a informação que nós tivemos é de que o empréstimo não é considerado como um convênio com o governo estadual e que, portanto, não há necessidade de as obras iniciarem antes do período eleitoral”, disse Ivan. O assessor do prefeito garantiu, também, que diversas empresas do ramo asfáltico já entraram em contato com a Prefeitura para obter informações sobre a abertura da licitação.