A Polícia Federal de Jales distribuiu nota para a imprensa de toda a região, repudiando matéria publicada na edição de 20 de novembro, no jornal Diário da Região de São José do Rio Preto, em razão da desnecessária e irresponsável exposição da qualificação de testemunhas que colaboraram com as investigações da Operação Corrente do Bem, que investiga ex-funcionários do Hospital de Câncer de Barretos, unidade Jales.
Segundo a PF, as testemunhas que tiveram seus nomes citados na matéria não têm nenhum envolvimento com os crimes e não deveriam, em hipótese alguma, terem sido citadas nominalmente, pois ficaram sujeitas a, equivocadamente, terem seus nomes associados aos investigados.
A Polícia Federal esclarece que, em respeito à imprensa e à sociedade, divulga todas suas ações através do setor de comunicação social por meio de notas à imprensa, fotos, vídeos e coletivas à imprensa, jamais com disponibilização de inquérito policial. No caso específico, relativo à Operação Corrente do Bem, uma coletiva à imprensa foi marcada com horas de antecedência na sede da PF e contou com a participação de diversos profissionais da mídia escrita, falada e televisionada, porém nenhum representante do Diário da Região compareceu.
O inquérito policial digitalizado foi disponibilizado somente à defesa dos investigados e não compartilhamos com a imprensa informações de quaisquer pessoas para resguardar principalmente aqueles que contribuem com as investigações, como é o caso das testemunhas. Fatos como esse só dificultam os trabalhos investigativos, pois podem causar receios em futuros colaboradores da justiça em terem seus nomes completos publicados em matérias na imprensa”, diz trecho na nota emitida pela PF.
A nota de repúdio ao jornal rio-pretense termina com a PF enfatizando que “ressaltamos o respeito à liberdade de imprensa e o direito do cidadão em ter acesso aos trabalhos da polícia em defesa da sociedade, mas entendemos que expor, de forma irresponsável, nomes de pessoas que contribuíram com investigações, não agrega nenhum valor à matéria prejudicando apenas as pessoas expostas, que nada têm a ver com as investigações, exceto o fato de colaborar com a justiça”.
Entenda o caso
A nota da PF se refere a uma matéria publicada na edição de domingo, 20 de novembro, do jornal Diário da Região. Citando o inquérito policial como fonte de informações, a reportagem reproduz trechos dos depoimentos de um empresário do ramo de supermercados e de uma nutricionista do hospital.
Segundo o empresário, o diretor administrativo R.M.D. fazia compras no supermercado e entregava requisições em nome do hospital. Os valores das compras eram descontados na conta do hospital. Em certa ocasião, o então gerente chegou a comprar 18 quilos de picanha.
Em outro depoimento extraído do inquérito e publicado pelo jornal, a nutricionista da instituição diz que R.M.D. fazia pedidos adicionais de bolachas e pão de mel aos pedidos do setor de nutrição exclusivamente para o seu consumo.