Informações obtidas pelo jornal A Tribuna dão conta de que a Polícia Federal de Jales investigou a atuação de duas médicas que prestam serviços em duas unidades do Programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município. Segundo a fonte do jornal, a PF já teria encaminhado os resultados das investigações ao Ministério Público Federal (MPF) para providências que poderão incluir ações contra as duas profissionais tanto na esfera cível, quanto na criminal. “Eu não posso afirmar com certeza, mas não está descartado que elas poderão ter que responder inclusive por estelionato”, disse a fonte.
As informações afiançam que as investigações foram determinadas por um delegado da PF que utiliza os serviços de um dos postos do ESF. Durante o tempo de espera no posto, o delegado teria observado, por mais de uma vez, uma movimentação estranha da médica que, aparentemente, chegava ao trabalho e logo se ausentava. “Chamou a atenção do delegado o fato de crianças e idosos ficarem aguardando por bastante tempo pelo atendimento, enquanto a médica do posto parecia ausente”, disse a fonte do jornal. “O delegado observou, também, que, por algumas vezes, o atendimento era realizado pela médica de outro posto”.
Diante disso, o delegado teria determinado uma apuração sobre o cumprimento do horário de trabalho nos postos do ESF e os dois agentes encarregados da investigação constataram que as duas médicas se ausentavam do trabalho no horário em que deveriam estar atendendo os pacientes, para cuidar de afazeres particulares. “Uma delas fazia até aulas de violão no horário em que deveria estar trabalhando”, garantiu a fonte do jornal. A PF teria constatado, também, que uma das médicas deixava seu posto para, nos casos mais urgentes, cobrir a ausência da colega em outro ESF.
Segundo informações extraoficiais, pelo menos uma das médicas já teria sido alertada pelo comando da Secretaria Municipal de Saúde, sobre a obrigação de cumprir o horário de trabalho. A fonte disse, também, que o prefeito Flávio Prandi(DEM) já foi comunicado informalmente sobre o assunto pela própria Polícia Federal e aguarda a manifestação do MPF. O prefeito confirmou ao jornal que tomou conhecimento da investigação, mas ainda não recebeu nenhum documento oficial da PF ou do MPF.
A Polícia Federal já teria ouvido vários funcionários das unidades de saúde do município e a chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, Patrícia Albarello. Os médicos que atendem nos postos do ESF não são funcionários concursados do município. Eles são contratados por empresas terceirizadas que participam das licitações abertas pela Prefeitura. Em alguns casos, as empresas pertencem aos próprios médicos.