O prefeito Pedro Callado solicitou e os vereadores aprovaram por unanimidade a extinção da Fundação Municipal de Educação, Saúde e Comunicação “Dr. Masaru Kitayama”, criada pela Lei Municipal nº 2.941, de 3 de agosto de 2005 durante a administração Humberto Parini. O projeto de lei foi votado na Sessão do dia 22.
Caso tivesse sido utilizada para o fim que foi criada, a Fundação poderia atuar nos setores de Educação, nas áreas de ensino médio técnico e profissionalizante e superior, nas áreas das ciências biomédicas e comunicação, além de ministrar cursos e palestras visando o aperfeiçoamento da prestação de serviços públicos em nível regional. Na saúde, atuar na criação, instalação e manutenção de unidade hospitalar, pesquisas e extensão. As unidades criadas a partir da Fundação poderiam ainda oferecer estágios a estudantes de nível médio técnico e profissionalizante e residência para os cursos de ciências biomédicas. Já na área da Comunicação, a “Masaru Kitayama” poderia divulgar suas atividades educacionais e de saúde e ainda criar veículos de comunicação como sites, jornais, revistas e emissoras de rádio e TV.
Quando presidida pelo empresário Alessandro Ramalho Flausino, entre 2008 e 2012, a Fundação Masaru Kitayama desenvolveu importantes projetos, como uma parceria com o Consirj – Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região de Jales, viabilizando a realização de exames preventivos de ultrassonografia. Além disso, a Fundação se tornou um marco histórico por viabilizar a instalação da unidade do Hospital de Câncer de Barretos na cidade. “Nós tínhamos o prédio onde hoje funciona o HC e na época abrigava a Fundação, então iniciamos as negociações junto ao deputado Vadão Gomes e ao diretor geral do hospital de Barretos, Henrique Prata para trazermos toda a estrutura e atendimento de primeiro mundo para Jales. Conseguimos fazer a doação do prédio para a Fundação Pio XII e hoje o Hospital de Câncer de Barretos em Jales é uma realidade e acaba de completar 5 anos oferecendo tratamento a pacientes de 92 cidades, uma obra grandiosa que custou mais de R$ 22 milhões”, lembrou Alessandro.
Na justificativa do projeto o prefeito Pedro Callado argumentou que “a medida se faz necessária, pois a Fundação Dr. Masaru Kitayama cumpriu suas finalidades, dentre as quais a importante participação na instalação do Hospital de Câncer de Jales. No corrente ano, suas atividades estão paralisadas, sem receber repasses financeiros e sem nenhum projeto em execução”. Callado disse ainda que o Tribunal de Contas do Estado tem reiterado que a entidade não cumpre mais os seus objetivos e os seus gastos referem-se às despesas de manutenção e gastos com pessoal.
Após a votação na Câmara, o vereador Gilberto Alexandre de Moraes, o Gilbertão fez uso da palavra e ressaltou o importante papel que a Fundação teve no passado, desenvolvendo projetos, principalmente na área da saúde e no tratamento de câncer, mas defendeu a extinção da entidade. “Em 2014 o Tribunal de Contas já tinha alertado a administração municipal sobre os gastos da Fundação que já não estava desenvolvendo seus objetivos. Por isso decidimos votar, por unanimidade, no fechamento da Masaru Kitayama”, disse.
Gastos
Os gastos da Fundação Dr. Masaru Kitayama sempre foram assuntos de pauta, não apenas para o Tribunal de Contas do Estado, mas também para a Câmara de Jales. Os vereadores chegaram a aprovar um requerimento pedindo explicações para o Poder Executivo. Em 2013, R$ 130 mil foram repassados pela Prefeitura de Jales para despesas com manutenção. Esse valor representa mais que o dobro do que foi gasto em 2012, quando a Prefeitura repassou cerca de R$ 62 mil à Fundação e três vezes mais que o valor gasto em 2011, quando as despesas totalizaram R$ 43 mil. Dos R$ 62 mil gastos em 2012, cerca de R$ 35 mil foram pagos à empresa A.C.Periotto Treinamento e Serviços, por conta de alguns cursos oferecidos na área da Saúde.
Em 2014, presidida por Luiz Henrique Viotto, o Macetão, a Fundação Dr. Masaru Kitayama recebeu R$ 40 mil da Prefeitura de Jales.