Domingo, Novembro 24, 2024

Pacientes de câncer criticam fechamento de Casa de Apoio em Barretos e fazem apelo ao prefeito Flá

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A iniciativa do prefeito Flávio Prandi (DEM) de fechar a Casa de Apoio que a Prefeitura de Jales mantinha em Barretos continua rendendo críticas de pacientes do Hospital de Câncer daquela cidade. Na semana passada, duas pacientes – Izilda Aparecida Miranda Ferreira, de 46 anos, e Zilda Batista, de 60 anos – procuraram a imprensa para expor suas angústias com relação ao atendimento que recebem na pousada que substituiu a Casa de Apoio. Elas garantem que as condições da pousada são inapropriadas para quem faz tratamento de câncer, principalmente para quem passa por quimioterapia ou radioterapia.

“Eu tomei um susto quando cheguei lá pela primeira vez. Tanto que nem voltei mais lá. Achei tudo muito estranho. Tinha fezes de pássaros no banheiro. Na cozinha era visível a falta de limpeza e de higiene. Não tem copo descartável e o bebedouro está quebrado. Eu nem tive coragem de tomar café. Nós que fazemos tratamento contra o câncer não temos imunidade e podemos pegar outras doenças com facilidade”, explica Izildinha. 

Segundo Izildinha, os pacientes que não pernoitam na pousada – como é o caso dos pacientes de Jales – não tem direito de utilizar os quartos e os banheiros mais limpos. “Alguns vereadores estiveram lá na pousada e elogiaram as condições dos quartos e dos banheiros, mas aquilo não nos pertence. Nós só temos direito ao banheiro dos fundos, onde moram três papagaios, e a um sofá duro (de alvenaria) e sujo para descansar. Os banheiros limpos e os quartos são apenas para quem paga o pernoite. No nosso caso, a Prefeitura paga somente as refeições”.

Izildinha disse, ainda, que “não é verdade que a Prefeitura pagava R$ 3,5 mil por mês de aluguel; eu conheço o dono da Casa e ele me disse que o aluguel era de R$ 2 mil. Além disso, muita coisa utilizada na manutenção da Casa era doada pelos próprios pacientes”. A outra paciente, Zilda Batista, confirmou as palavras de Izildinha e lamentou o fechamento da Casa de Apoio em Barretos. “A única coisa que tínhamos de bom era a nossa Casa de Apoio. Acho que não deveriam fechar. Não sei nem o que fizeram com os móveis que foram doados para a Casa”, afirmou. 

Zilda criticou, também, o posicionamento de alguns vereadores. “Esses vereadores falam coisa sem nexo. Eu acho que eles deveriam visitar a pousada como pacientes, aí eu queria ver se eles iriam gostar”. Ao final, ela fez um apelo ao prefeito Flávio Prandi: “Poxa vida! Eu botei tanta fé no Flá, uma pessoa tão digna, tão bacana… Eu pediria que ele tivesse a sensibilidade de ver o nosso lado, que ele fosse visitar aquela pousada e que nos ouvisse. Eu gostaria que ele nos devolvesse a nossa Casa, pois aquilo não está sendo digno”, arrematou Zilda.

Outro lado:

Conforme já noticiado pelo jornal A Tribuna, o prefeito Flá garante que a opção por uma pousada visa exatamente oferecer conforto, bem-estar e atenção aos pacientes. De acordo com ele, a Prefeitura vinha recebendo muitas reclamações sobre a Casa de Apoio e “além disso o proprietário do imóvel não queria a renovação do contrato, alegando a depreciação do imóvel”. 

Flá argumentou, também, que o cargo da funcionária destacada para cuidar da Casa de Apoio está entre os cargos que precisam ser extintos em função de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público. O prefeito garante ainda ter conversado com pacientes que aprovaram a pousada e acredita que as reclamações das duas pacientes – Zilda e Izilda – sejam casos esporádicos. 

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