A Câmara Municipal de Jales elegeu na manhã de quinta-feira, 9 de março, o novo presidente da Mesa Diretora. Depois de duas votações que terminaram empatadas, Ricardo Alexandre Fernandes Gouveia (PP) foi declarado eleito. A decisão levou em conta o critério de desempate o maior número de votos nas eleições municipais. Ricardo foi empossado automaticamente e deve dirigir a Casa de Leis pelo próximo biênio, até o fim desta legislatura.
A votação não interferiu na distribuição dos outros cargos que já tinham sido eleitos na última sessão do ano passado: Carol Amador continua como vice-presidente, Andréa Moreto como 1° secretária e Rivelino Rodrigues como 2° secretário.
Naquela ocasião, uma manobra da oposição reelegeu Bismark Kuwakino (PSDB) em detrimento de Deley Vieira (UB), que concorria com apoio do Poder Executivo. A manobra, porém, foi questionada na justiça e iniciou-se uma disputa que culminou com a determinação da 5ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, validando uma liminar de 1ª Instância e obrigando o Legislativo a realizar nova eleição para presidente.
SUPOSIÇÕES
Ainda não está claro se Bismark vai recorrer judicialmente da decisão e tentar se manter no cargo, mas tudo indica que não. O tucano chegou a consultar um conhecido advogado que já defendeu outro vereador, mas o advogado disse à reportagem que Bismark não tinha assinado a procuração, dando aval para o protocolo do recurso.
Por outro lado, a própria eleição indica que o agora ex-presidente não pretende protagonizar uma disputa infinita e já deu o caso por encerrado. As informações sobre possíveis recursos não passariam de suposições.
Em entrevista concedida logo depois da eleição, o novo presidente disse que quer diminuir os atritos entre os próprios vereadores e atrair a comunidade para a Câmara. Segundo ele, as divergências são democráticas, mas não se pode ultrapassar os limites.
“Pretendo realizar um café da manhã para troca de ideias e ouvir as sugestões da comunidade, clubes de serviço, imprensa e todas as lideranças que queiram ajudar a cidade. Quero conversar com o prefeito para viabilizarmos uma espécie de caravana pelos bairros. A gente coloca os vereadores e integrantes do Executivo para percorrer os bairros da cidade e verificar de perto os problemas da população”.
O candidato derrotado, Elder Mansueli (PODE) disse em entrevista à rádio Assunção, que se considerava imaturo e sem experiência para o cargo, mas atendeu ao apelo dos outros quatro integrantes do bloco de oposição à administração. Elder chegou a convocar a população para comparecer à sessão e manifestar apoio à sua candidatura.
“Gostaria de poder contar com o apoio dos meus amigos e parceiros do comércio bem como de toda a população (…) amanhã acontecerá uma Sessão Extraordinária para eleição do novo presidente. Façam-se presentes”, escreveu em uma rede social.
Nos bastidores, entre os próprios vereadores, a estratégia foi ridicularizada, uma vez que tinha tons de campanha de eleição direta com voto popular e conclamava comerciantes a comparecerem à sessão em horário comercial. Os críticos tinham razão. A votação contou com exatamente quatro pessoas, além dos jornalistas que cobriam o evento. Eram um ex-vereador, um advogado que atua nos bastidores políticos e dois populares.
Alexandre Ribeiro