No início das atividades de 2018, o Parlamento do MERCOSUL (Parlasul), reunido nesta segunda-feira (12) em Montevidéu, teve manifestação em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O denominado bloco progressista divulgou documento em que aponta perseguição política ao líder brasileiro e dando apoio à indicação de Lula para o Prêmio Nobel, conforme adiantou, há alguns dias, nas redes sociais, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, ele mesmo um vencedor do Nobel da Paz, em 1980.
De acordo com o manifesto, que cita declarações de Esquivel, defender a candidatura do ex-presidente “é defender a volta da democracia”, em um país cuja população vem perdendo “sua terra, seu teto e seu trabalho”.
“A direita sabe que Lula tem muito apoio, porque implementou políticas pela igualdade e justiça social, como nunca havia sido feito no país, por isso precisam proibi-lo”, acrescenta.
Segundo a bancada, o ex-presidente tem sofrido perseguição permanente “por parte de setores conservadores e reacionários do Ministério Público, da Polícia Federal e dos grandes meios corporativos de comunicação do Brasil”. Os parlamentares afirmam rechaçar “as manifestações de ódio contra a figura de Lula, com perseguição judicial, difamação e ameaças, desconsiderando todas as garantias do devido processo”.
Em vídeo, o deputado argentino Oscar Laborde declarou que uma exclusão de Lula do processo eleitoral “seria gravíssimo não somente para o Brasil, mas para a democracia latino-americana”.
Também por meio de rede social, o deputado brasileiro Arlindo Chinaglia (PT-SP), que até dezembro presidia o Parlasul, destacou a importância da manifestação. “É uma importante demonstração de como Lula é visto fora do Brasil: alguém que luta e usou o poder para fazer justiça”, afirmou. O atual presidente é o paraguaio Tomás Bittar Navarro.
No ano passado, o grupo progressista já havia denunciado a existência de uma perseguição política com objetivos eleitorais. “O mundo inteiro sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade, cometida contra a presidenta Dilma Rousseff, teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O golpe precisa se completar”, afirmam.
PS. A candidatura de Lula ao Nobel da Paz é um dos fatores que torna um grande problema para o Brasil a prisão de Lula. Imagine você, leitor, se chegarmos ao segundo semestre de 2018 com Lula indicado a esse prêmio estando preso, com a população se dividindo em enfrentamentos nas ruas entre os pró Lula e anti Lula em pleno processo eleitoral. Ao mesmo tempo, na ONU, o processo de Lula contra o Brasil por violação de seus direitos humanos é aceito – e, creia-me, poderá ser aceito.
Em seguida, sob indignação internacional cada vez maior, Lula ganha o prêmio com base, sobretudo, na prisão ilegal (segundo juristas consagrados aqui e lá fora) a que poderá estar submetido.
Essa é a fórmula do caos social, político e institucional que essa mídia psicótica está tentando produzir no Brasil. Querem prender Lula como se não houvesse amanhã, como se a prisão de Lula fosse resolver todos os problemas de uma direita que, cada vez mais, vai descobrindo que chegará sem votos à eleição deste ano.
Pelo menos para presidente…
Vamos aguardar com serenidade. O tempo é o senhor da razão. Basta que continuemos a dizer a verdade e a espalhar a verdade. O resto acontecerá por inércia.