Paralisada há mais de três anos, a obra iniciada em abril de 2012 pela administração Parini, no Jardim Maria Silveira, onde já deveria estar funcionando a EMEI “Antonio Di Bernardo Peres”, também conhecida como creche do São Jorge, está causando transtornos à vizinhança. De acordo com moradores, o local estaria sendo utilizado por usuários de drogas e até para sessões de sexo. “É comum acharmos camisinhas usadas jogadas por aí”, diz uma moradora do Jardim Morumbi, que também fica próximo à creche. “À noite, vem um pessoal estranho e fica lá dentro da creche. Se o senhor for lá dentro vai ver os vestígios do consumo de drogas”, complementa a moradora.
Ela não foi a única a reclamar. Um vizinho relatou que, “há algum tempo atrás, quando a Justiça mandou a Prefeitura terminar a creche, a ex-prefeita Nice até mandou uns dois funcionários pra ficar fazendo hora aí na creche e fingir que a obra tinha sido reiniciada, mas depois eles sumiram e os ‘nóias’ tomaram conta do prédio”. Ele contou que, nos finais de semana, até motos podem ser vistas dentro do prédio. “Eles se reúnem aí dentro pra ficar ouvindo música e fazendo outras coisas. Mas não me pergunte o que eles ficam fazendo”, diz o morador.
A esposa do morador confirma as palavras do marido e lamenta que a Prefeitura não tome providências para reiniciar a obra, ou mesmo para impedir a invasão do prédio abandonado. “No tempo da Nice, nós pedimos para um vereador e ele conseguiu que a Prefeitura ao menos colocasse uma cerca no local, mas essa nossa juventude, quando quer fazer alguma coisa errada, não tem cerca que segure”, diz a mulher. “O assunto é sério, mas esse prédio já está até virando motivo de gozação. Um dia desses, ele amanheceu com duas placas de ‘vende-se’ penduradas na cerca”, finalizou a moradora.
Construção foi paralisada em dezembro de 2012
Iniciada em abril de 2012, a construção da EMEI “Antonio Di Bernardo” – que estava sendo feita com recursos do Ministério da Educação – foi interrompida em dezembro daquele ano, ao final do mandato do ex-prefeito Humberto Parini. A empresa responsável pela obra – a Construtora WB Ltda, de Ilha Solteira – desistiu de continuar a construção, depois de executar boa parte da obra e receber mais da metade do valor do contratado. Em princípio, a obra foi contratada por R$ 655 mil, mas, em novembro de 2012, foi firmado um aditamento que elevou o valor para R$ 762 mil. Mesmo assim, a empresa não quis continuar a construção.
Segundo o secretário de Obras, Manoel de Aro, não é possível fazer uma previsão sobre quanto tempo ainda vai demorar para que a construção da creche seja reiniciada. “Nós estamos atualizando os valores de alguns itens que a empresa contratada, em virtude da desistência, deixou de executar. Depois de fazermos essa atualização, o processo terá que ser analisado pela Procuradoria Geral do Município e, após isso, submetido à aprovação do FNDE, do Ministério da Educação. Somente depois de aprovado pelo FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação) é que poderemos licitar novamente a obra. Então, não tem como fazer uma previsão”, explicou Manoel.
Ele confirmou, também, que a Prefeitura terá que disponibilizar recursos financeiros para o término da obra. “Do valor liberado pelo Ministério da Educação, sobraram quase R$ 300 mil. O resto foi pago à empresa de Ilha Solteira. Certamente que a conclusão da obra irá custar bem mais que R$ 300 mil, até porque alguns itens executados pela Construtora WB ficaram deteriorados com o tempo e terão que ser refeitos”, concluiu Manoel.