Terça-feira, Novembro 26, 2024

Morador do Jacb 2 morre com Leishmaniose

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 morador do Conjunto Habitacional José Antonio Caparroz Bogaz (JACB), Luís Antonio dos Santos, de 57 anos, morreu por complicações causadas pela Leishmaniose, doença transmitida pelo mosquito palha. Após mais de um ano de tratamento contra a doença, o homem faleceu na noite do último domingo, dia 28 de junho, no Hospital de Base de São José do Rio Preto.

De acordo com o filho do funcionário público aposentado, Fabrício Aparecido dos Santos, o pai foi diagnosticado com a doença em março de 2014 e passou por diversos tratamentos em Jales e São José do Rio Preto, inclusive com internações. “Meu pai retirou o baço e apresentou diversas complicações em órgãos como rim e fígado. Ele chegou a ficar muito debilitado até descobrirmos o diagnóstico da doença, mas depois apresentou uma melhora e teve alta”.

Fabrício contou que os medicamentos utilizados no tratamento da Leishmaniose sempre causaram fortes reações no organismo do pai. “A situação estava estável até o final do ano, mas em 2015 a doença apresentou um agravo e, no mês de abril desse ano, meu pai precisou ser internado novamente no HB de Rio Preto, onde permaneceu por 37 dias. Depois disso teve alta e veio para Jales, mas tinha dificuldades para se alimentar, então foi internado na Santa Casa e, no dia 22 de junho, foi levado novamente para o HB, ficando internado até o dia 28, quando faleceu”.

A Leishmaniose é transmitida por um mosquito menor que o da dengue.  Ele costuma viver em lugares úmidos, escuros e onde há acúmulo de material orgânico. Quando picados, os cães e gatos podem virar hospedeiros da doença.

Seo Luís Antonio faleceu devido a um Choque Séptico / Insuficiência Respiratória causada por consequências da Leishmaniose. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em 2014 apenas o caso do seo L.A.S. foi registrado na cidade, além de uma reincidência registrada em 2013. Em 2015 Jales não apresentou nenhum caso de Leishmaniose, de acordo com a profissional de informação, educação e comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Jales, Vanessa Luzia da Silva Tonholi.

Luís Antonio dos Santos deixou esposa e o filho Fabrício. Ele foi velado na noite de domingo e sepultado na segunda-feira, 29, no Cemitério Municipal.

Vizinho da vítima foi autuado quatro vezes por criação ilegal de gado 

Luís Antonio dos Santos morava na Rua João Alves Viana, bem próximo a um terreno de propriedade de J.C.B., notificado quatro vezes (conforme matéria publicada por A Tribuna em março de 2014), por manter no local uma criação ilegal de cavalos, vacas, carneiros e galinhas que atormentam a vizinhança há alguns anos. 

Os vizinhos cogitaram, na época, a hipótese de fazer um abaixo assinado para ser entregue às autoridades do Ministério Público e do Poder Judiciário, e até uma manifestação mais agressiva, como uma passeata, por exemplo, exigindo que fosse cumprida a Lei Municipal que proíbe a criação de animais no perímetro urbano da cidade.

Até hoje, as principais queixas dos moradores são de que a criação ilegal coloca em risco a vida de moradores de todo o bairro. “O local chega a ser fétido e propício à proliferação de insetos como os transmissores da dengue e leishmaniose”, contou um vizinho.

“Além dos animais, o dono do terreno coleta material reciclável e isso junta muita sujeira”. No mesmo local onde mantém os animais, J.C.B. acumula uma grande quantidade de lixo recolhido das ruas e que são vendidos para recicladores. 

Autuações foram inúteis há pelo menos quatro anos, a Vigilância Sanitária tenta resolver o problema, sem sucesso. O primeiro Auto de Infração contra o morador J.C.B. foi emitido em 10 de junho de 2010. Em 11 de fevereiro de 2011, o órgão emitiu uma multa de R$ 382,48. Em ambas as ocasiões, ele se recusou a assinar o documento, o que não impediu a emissão deles. 

Dizem os moradores que depois disso, a criação foi reduzida. Parte teria sido levada para outro lugar. Não demorou muito, porém, para que o insistente criador voltasse a manter dezenas de animais no mesmo terreno.

Em 21 de agosto de 2013, J.C.B. voltou a receber nova notificação. Menos de duas semanas depois, em 9 de setembro, ele recebeu uma multa de R$ 800,00, que, entretanto, não foi cobrada. O homem alegava ser amigo da ex-prefeita Nice Mistilides e dizia que nada aconteceria com ele enquanto ela estivesse à frente do Poder Executivo, fato que chegou a ser desmentido pelo então chefe de gabinete de Nice, Roberto Timpurim Berto, que chegou a divulgar que tomaria providências.

No dia 29 de abril de 2014, J.C.B. recebeu a visita dos fiscais sanitários que emitiram novo Auto de Infração. Segundo a coordenadora da equipe de Vigilância Sanitária do município, Roseli Donda da Silva, fiscais sanitários acompanham o caso e passam pelo local com frequência.  “O caso foi parar no Ministério Público e o seo J.C.B. se comprometeu a retirar os animais. Os fiscais percebem que apenas um cavalo que é permitido ficar no local, permanece na propriedade. Os equinos, bovinos e galinhas não estavam mais no terreno”.

Prefeitura vai tomar providências

Na manhã da terça-feira, 30, a equipe de reportagem de A Tribuna conversou com o chefe de gabinete do prefeito Pedro Callado, Ivan Bertucci, que prometeu tomar providências com relação à criação ilegal de animais. “Vou conversar com os responsáveis pelas Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica para definir uma ação efetiva e definitiva contra o problema. Os fatos relatados pelos moradores se tiverem fundamento, serão resolvidos”.

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