Se a campanha eleitoral para prefeito de Jales promete ser a mais morna de toda a história, já que apenas um candidato estará concorrendo ao cargo, de outro lado a campanha para vereador já se prenuncia como uma das mais quentes. A temperatura, na verdade, já começou a esquentar na pré-campanha, com as duas representações que o servidor aposentado e pré-candidato a vereador Lauro Figueiredo, o Matogrosso, levou ao Ministério Público Eleitoral, com denúncias de propaganda eleitoral antecipada.
Em uma das representações, protocolada no dia 26 de julho, Matogrosso acusa o ex-vereador Luiz Henrique Viotto, o Macetão (PP), de ter dado o pontapé inicial de sua campanha eleitoral, antes do prazo permitido pela legislação. Segundo a denúncia, o pré-candidato teria “pulverizado os bairros mais carentes da cidade com um cartão intitulado Henrique Macetão – Contato n° (17) 981911123”, onde os cinco últimos números (11123) aparecem em destaque. De acordo com Matogrosso, a farta distribuição do cartão caracteriza campanha política antecipada, já que esse será o número que Macetão pretende utilizar em sua campanha eleitoral, conforme já definido na convenção partidária do PP.
Ainda de acordo com a denúncia, além do número em destaque, o cartão traz, também, uma foto do pré-candidato. Para Matogrosso, o cartão “foi pulverizado na cidade sem que sirva a um propósito qualquer, a não ser a sua autopromoção, caracterizando campanha política antes do período eleitoral”. O caso já está com o juiz eleitoral Adílson Vagner Ballotti, que, na semana passada, solicitou mais documentos ao denunciante Matogrosso.
A segunda representação – que tem como alvo principal o vereador Tiago Abra(PP), mas pode atingir também um servidor municipal – foi protocolada na terça-feira, 02. Na denúncia, Matogrosso afirma que, logo após a convenção do PP, realizada no dia 26 de julho, quando ficou definido que Abra concorreria à reeleição com o n° 11.000, um servidor municipal – Nivaldo Rezende, o Berinjela – que atua na recepção do Paço, passou a entregar cartões de empresas locais, nos quais ele escreve, de próprio punho, os dizeres “para vereador Tiago Abra n° 11.000”. Para comprovar sua denúncia, Matogrosso anexou cópias de pelo menos três cartões que teriam sido entregues a pessoas que estiveram no Paço Municipal.
Outro Lado
Ouvido pela reportagem de A Tribuna, na quinta-feira, 04, o pré-candidato a vereador Luiz Henrique Macetão(PP) disse que ainda não foi notificado sobre a denúncia, mas desmentiu que esteja fazendo propaganda eleitoral antecipada. Ele afirmou que, na verdade, o número com o qual ele concorrerá a uma vaga na Câmara ainda não havia sido escolhido em definitivo. “No dia da convenção sugeriram que o meu número fosse o mesmo do final do meu telefone, mas eu não sei se vou utilizar esse número. Eu tenho até amanhã (sexta-feira, 05), para definir isso”, garantiu Macetão. Ele lamentou, ainda, que, “num momento de união como esse que estamos vivendo, uma pessoa possa ficar criando esse tipo de problema”.
O servidor Nivaldo Rezende também desmentiu que estivesse entregando os cartões citados na denúncia. “Eu tenho mais de 20 anos de Prefeitura, já fui candidato a vereador duas vezes, sei que não se pode fazer propaganda eleitoral, principalmente num local público. Então você acha que eu ia fazer um negócio desses? O Matogrosso esteve aqui e eu falei pra vasculhar minhas gavetas pra ver se ele encontrava algum cartão”, afirmou Berinjela.
O vereador Tiago Abra(PP), disse que não tinha conhecimento sobre a denúncia de Matogrosso e tampouco sobre a história dos cartões. “Na verdade, eu estava ocupado ultimamente em ajudar a construir o grupo de apoio do doutor Pedro e nem me preocupei muito em preparar a minha campanha. Eu nem falei com o Berinjela pra pedir o apoio dele e, pra dizer a verdade, nem sei se vou ser candidato”, disse Tiago. Ele afirmou, também, que ainda são sabe se o PP fechou alguma coligação com o PT. “Eu realmente não tenho conhecimento sobre essa coligação, mas, se isso acontecer, eu vou ver o que faço. Vou conversar com o Fausto (deputado federal Fausto Pinato), com minha família, antes de definir o que vou fazer”, finalizou.