Domingo, Novembro 24, 2024

Maioria dos vereadores diz ter recebido poucas reclamações sobre reajuste do IPTU

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As previsões de que boa parte dos contribuintes jalesenses ficaria revoltada com o aumento do IPTU ao receber o carnê do imposto acabou não se confirmando. Os dez vereadores de Jales foram consultados pelo jornal A Tribuna e somente três – Tiago Abra (PP), Tiquinho (PSD) e Topete (DEM) – confirmaram que estão recebendo muitas reclamações. Os demais – Pintinho (PRB), Macetão (PP), Kazuto (PSB), Chico do Cartório (MDB), Zanetoni (PSB), Bismark (PSDB) e Deley (PPS) – disseram não estar recebendo muitas reclamações. “Eu até esperava mais críticas ao aumento, uma vez que sou um dos vereadores que mais anda pela cidade”, disse Deley.

Segundo o vereador, as reclamações têm vindo de pessoas que possuem vários imóveis, mas elas são poucas. “Entre a população mais pobre, que possui apenas um imóvel para morar, a gente ouve algumas reclamações, mas quando a gente explica o aumento, as pessoas entendem. Já entre aqueles que possuem muitos lotes, as reclamações são mais enfáticas e não adianta explicar que eles não querem entender”, afirma Deley. Quanto às reclamações repercutidas por alguns órgãos de imprensa, o vereador disse que “a rádio abre o whatsapp pras pessoas reclamarem e elas aproveitam para criticar porque não precisam se identificar e também não precisam explicar se fizeram alguma alteração nos seus imóveis”, disse.

O vereador lembrou ainda que, “teve um cidadão que reclamou do aumento em duas rádios, aí eu fui visitá-lo para ver se tinha alguma coisa errada e fiquei sabendo que ele tinha aumentado a área construída em quase cem metros quadrados, há 12 anos; ou seja, há 12 anos que ele vinha pagando menos imposto do que deveria pagar e isso ele não falou nas rádios”, concluiu. Já os vereadores Macetão e Chico do Cartório afirmaram que receberam apenas duas reclamações. “Eu não sei por que, mas apenas duas pessoas tocaram nesse assunto comigo. Uma delas possui vários lotes na cidade”, disse Chico. Macetão garantiu que também ouviu apenas duas reclamações. “Teve uma pessoa que me questionou sobre o aumento, enquanto tomávamos uma sauna, e uma outra que reclamou na rua. Só isso”, afiançou Macetão.

O presidente da Câmara, Vagner Celis, o Pintinho, disse que recebeu poucas reclamações e que elas partiram de pessoas que possuem maior quantidade de imóveis. Já o vereador Kazuto também recebeu poucas reclamações, mas ressaltou que elas não partiram apenas de pessoas com diversos imóveis. “Inclusive eu tenho um amigo que possui vários imóveis e já estive com ele algumas vezes nos últimos dias e não ouvi nenhuma reclamação da parte dele. Seguramente, esse meu amigo deve ter entendido que o prefeito precisava fazer isso para regularizar a situação dos imóveis que estavam em desacordo com o cadastro imobiliário do município”.

De seu lado, o vereador Zanetoni afirmou que ouviu algumas reclamações, “mas ninguém me ofendeu”. Segundo Zanetoni, o prefeito tomou uma decisão politicamente desgastante, mas necessária. “Nenhum cidadão gosta de aumento de imposto, até porque as pessoas estão cansadas de ver tanta corrupção na TV e nos jornais, mas quando elas nos dão tempo para explicar o reajuste, acabam entendendo”. O tucano Bismark Kuwakino foi outro que quase não ouviu reclamações. “Na verdade, não ouvi praticamente nenhuma reclamação. O que as pessoas comentam comigo é que aceitam o reajuste mas vão ficar de olho na aplicação do dinheiro arrecadado. Eles dizem que o reajuste precisa ser revertido em benefícios para a população”, afirmou Bismark.

Os vereadores Tiago Abra, Topete e Tiquinho foram os únicos que confirmaram ter recebido muitas reclamações. “Diariamente, eu tenho recebido ligações de pessoas que dizem ter votado em mim e não vão votar mais. Eu procuro explicar que os vereadores são responsáveis apenas pelo reajuste de 22,07%. Se o imposto subiu mais que isso, foi por conta do georreferenciamento feito pelo prefeito. Isso não é culpa nossa”, afirmou Tiquinho. Tiago Abra também disse já ter ouvido diversas reclamações. “Outro dia eu estava na frente da Câmara conversando com um amigo e duas mulheres interromperam nossa conversa para reclamar de forma bastante veemente. E teve um mototaxista que foi entregar um lanche lá em casa e aproveitou para falar cobras e lagartos sobre o reajuste do IPTU dele. Esses são apenas dois exemplos, mas eu tive que ouvir as mais diversas reclamações”, garantiu Abra.

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