Domingo, Novembro 24, 2024

Mãe, obrigado por tudo.

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…o céu fica cor-de-rosa e as rosas exalam o melhor perfume, o das mães. O arco-íris que nos envolve no momento do abraço aconchegante daquele colo que sabe ser diferente, dá um colorido especial em até quem só sabe viver em preto e branco. Não há quem passe por essa força e não se sinta diante de um dom de Deus.

Esse dom às mulheres concedido, eu costumo assemelhar com uma (infinitamente minúscula) amostra do amor que Ele sente por nós.

E esse amor é eterno… por isso as mães também são! Sim, mães são eternas e a eternidade desse amor de Deus que é emprestado às mães é o sentido de toda a existência. Esse amor nos fez existir e espera para nos receber. Então, a eternidade começa aqui…e a gente já pode sentir! Quando abraçava minha mãe, a simbiose inextricável das nossas almas se manifestava na minha certeza de que algo tão poderoso e inexplicável que é esse sentimento. Só tem que ser infinito.

Mãe, a força de caráter que herdei de você é o que me move nessas buscas hoje encontradas pouco a pouco. Dia desses disseram que trago em mim um pouco de sua “braveza”, mas nós sabemos que é apenas a primeira impressão não é mãe, lá dentro somos derretidos e doces.

Um dia, há muitos anos atrás, você me dizia que às vezes a atitude de braveza é medo, ou então usada para assustar os problemas ou afugentá-los. Anos depois compreendi que isso me fez forte. Lembro-me de quando morando fora em uma ligação que te fiz (naquela época era tão complicado conseguirmos nos falar) eu chorava de saudades e relatava a você os problemas que estava passando e você me disse… “ei, aposto que esta esquecendo sua função nesse mundo filho, você tem em si amor e força para transmutar todas as energias, e não te criei um menininho que se acovarda ao primeiro problema”.

Todo mundo diz que tem a melhor mãe do mundo. Eu fico pensando, mas será que é possível ter existido um ser humano mais especial que a minha mãe? Mais compreensivo? Mais carinhoso? Mais atencioso? Mais amoroso? Olha, mãe, eu descobri que todo mundo se engana. Ou então que todo mundo acha que são seus filhos também.

Minha mãe era uma mulher sensacional, forte e guerreira, com espírito alegre, tudo ela resolvia. Sabia como ninguém repartir… escondida sei que derramou muitas lágrimas. Para família se dedicava e vivia com esmero buscando para cada filho alegria e felicidade. Suas mãos de fada tinham muita criatividade. Fazia muitas coisas lindas.

Ela foi uma linda mulher, tanto por dentro como por fora, assim como sua mãe (minha avó), vaidosa em seu jeito de ser e impecável em seu modo de andar. Deu-me exemplos até o seu derradeiro final. Partiu como viveu, suavemente.. deixou um vazio e uma saudade sem igual.

Como dizia Drummond:

Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, Luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba. Veludo escondido na pele enrugada, agua pura, ar puro… puro pensamento. Morrer acontece, com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça é eternidade… porque Deus se lembra –mistério profundo de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino, feito grão de milho.

PS – Por questões éticas esta coluna voltará só após as eleições.

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