Foi marcado para o dia 28 de agosto o julgamento do médico otorrinolaringologista Luiz Henrique Semeghini, assassino confesso da esposa, Simone Maldonado, morta com sete tiros na manhã do dia 15 de outubro de 2000, na mansão em que o casal morava no bairro Pôr do Sol, em Fernandópolis. O júri do crime passional mais rumoroso da região foi marcado pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Fernandópolis, Vinícius Castrequini Bufulin.
Quinze anos após o crime, esse será o segundo julgamento de Semeghini, já que o primeiro, em 2008, que o condenou a 16 anos de prisão, foi anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) devido a uma falha técnica da ata de julgamento. Os votos dos jurados foram contabilizados erroneamente.
O juiz havia agendado o segundo julgamento para janeiro de 2014, mas o júri acabou sendo suspenso logo em seguida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do advogado de Semeghini, Alberto Zacharias Toron, sob a alegação de que a defesa sofria coação ilegal, já que, tanto o juiz Bufulin quanto o TJ haviam indeferido a realização de diligências e a oitiva de testemunhas antes do júri popular.
A ação penal contra o assassino de Simone Maldonado já é considerada a mais duradoura da comarca fernandopolense. “O descrédito com a Justiça devido à tamanha demora é evidente”, afirmou o juíz Bufulin. O advogado de Semeghini disse que vai acatar a decisão do juiz. “Vamos ao júri”.
O crime
Depois de uma forte discussão no quarto do casal, após um Baile do Hawaii realizado no clube Casa de Portugal, Simone se deitou, quando o esposo se aproximou dela, colocou um travesseiro sobre o corpo da mulher e fez sete disparos com um revólver de calibre 32. Três tiros atingiram o queixo e quatro o estômago da vítima.
O crime ocorrido por volta das 6 horas, não teve testemunhas. Na casa, além do casal, estava apenas Carolina, a filha mais velha, que tinha apenas 13 anos. A menina não ouviu os disparos. Após o assassinato o médico fugiu.
No julgamento de outubro de 2008, Luiz Henrique Semeghini chegou a declarar que “Após matar a Simone eu entrei em curto, não me lembro, mas sai para me matar (…). Naquele dia não acabei só com minha vida, acabei com a vida dela e da minha família”.