Jales, que já ficou em 10º lugar, em 2009, quando começou a participar do Ranking Ambiental Paulista que confere o selo Município Verde Azul, garantiu apenas a 439ª posição na edição do Ranking Ambiental 2017, em uma disputa entre 645 municípios de São Paulo. Apenas 48 cidades conseguiram a classificação que garante à administração municipal a prioridade na captação de recursos junto ao Governo do Estado, por meio do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – FECOP.
O município de Jales vem despencando a cada ano. Depois de obter a 139ª colocação em 2014, caiu vergonhosas 133 posições para a marca do 272º lugar em 2015. Em 2016 conquistou a 389ª posição, ou seja, caiu mais 117 posições em relação ao ano anterior. Este ano, despencou mais 50 posições. O ranking premia apenas os municípios que obtém nota superior a 80,00, numa escala de 0 a 100.
A lista dos classificados foi divulgada durante o 10º Encontro Estadual do Programa Município Verde Azul, realizado em São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes. Novo Horizonte conquistou o bicampeonato. Fernandópolis ficou em segundo lugar, com 96.22 pontos. O prefeito da cidade, André Pessuto ganhou ainda o prêmio “Governador André Franco Montoro”, que é concedido a todos os municípios com melhor colocação no ranking em sua bacia hidrográfica. O secretário municipal de Meio Ambiente, Ângelo Veiga, destacou o empenho para conquistar esse prêmio. “Saltamos do 104° para o segundo lugar depois de muito trabalho. Foram dias de muita dedicação da equipe da Secretaria e também com total apoio do prefeito André Pessuto. Estamos muito contentes com o resultado, especialmente pelo bem ambiental que estas atividades que realizamos trarão a Fernandópolis”, disse.
O engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente de Jales, Tadeu Calvoso Paulon, falou sobre mudanças no sistema de avaliação e que o fato pode ter contribuído para o mau desempenho de Jales no ranking. “Houveram mudanças nos critérios de avaliação de 2009 para 2017, além de exigências onde o município tem que modificar sua estrutura física, como por exemplo introduzir calçadas ecológicas em todos os edifícios públicos, inclusive com aumento para 2,4 metros de largura, diminuindo nesse caso a largura do leito de tráfego da rua; construir um modelo de casa com no mínimo 10 itens de sustentabilidade (e promover visitação pública), como por exemplo: aquecedor de água solar, placas de produção de energia solar, captação e armazenamento de água de chuva, utilização de madeira legalizada, entre outros; realização de manejo das árvores urbanas conforme ABNT NBR 16246-1, Jales não atende essa normativa e simplesmente destrói as árvores urbanas com as podas mutiladoras, apesar de todos os esforços que já fizemos e que continuamos a fazer, em repassar conhecimentos técnicos aos podadores particulares, já foram ministrados três cursos, o nosso problema não é somente os podadores, mas os nossos moradores que acham que entendem e os forçam a mutilar as árvores; Jales não faz o controle de qualidade do ar, principalmente com a emissão de CO2 pelos veículos movidos a diesel. Pergunta-se, por que não fazemos?”.
Tadeu disse ainda que a Prefeitura responde por absoluta falta de pessoas para compor uma equipe de dedicação exclusiva ao projeto, como fez Fernandópolis, Santa Fé do Sul e São José do Rio Preto. “As equipes que essas cidades montaram, a menor tem seis pessoas dedicadas em tempo integral. Essa é a nossa maior dificuldade, justifica-se, pois estamos passando um grave período econômico-financeiro, servidores públicos já com idade acima dos 60 anos, prestes a se aposentarem, Secretaria de Obras com máquinas, equipamentos e veículos sucateados, isso já de outras gestões que não se preocuparam em modernizar a frota, cidade com problemas seríssimos de pavimentação asfáltica em diversas ruas, avenidas e outros logradouros, onde o investimento se faz mais necessário”.
O engenheiro agrônomo disse que para que Jales possa retomar o rumo ao ranqueamento, “devemos nos estruturar em equipe, envolvendo as demais Secretarias, além da Agricultura e Meio Ambiente, como também a da Educação, Obras e Serviços, Administração (elaboração de Leis Ambientais exigidas pelo Programa M. Verde Azul). Sendo assim, com trabalho em afinco, podemos no próximo ano conseguir chegar entre os 20 ou 10 primeiros”.
Da região, São José do Rio Preto ficou em 14º lugar (97,59 pontos), Santa Fé do Sul em 28º (83,13), Rubinéia em 30º (82,86) e Votuporanga em 55º (80,19).
Verde Azul
O Ranking Ambiental é resultado da avaliação técnica das informações fornecidas pelos municípios, com critérios pré-estabelecidos de medição da eficácia das ações executadas. As ações propostas pelo PMVA compõem dez Diretivas norteadoras da agenda ambiental local, abrangendo os seguintes temas estratégicos avaliados: Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos, Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão das Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental.