Em tempos de crise, os brasileiros estão ainda mais ansiosos pela Black Friday, que será realizada oficialmente na última sexta-feira do mês, dia 27, com promessas de ofertas de grandes lojas varejistas. É o que comprova a pesquisa realizada pela Rebellion Digital, em que a intenção de compra para 2015 é 32% maior do que em relação a 2014.
Para este ano, segundo a pesquisa, 72% dos consumidores brasileiros esperam descontos vantajosos nas categorias de eletrônicos, eletrodomésticos, informática, moda e acessórios e viagens. O valor a ser gasto também aumentou: 31% dos entrevistados disseram que pretendem gastar até R$ 1 mil, valor duas vezes maior do que o ticket médio do ano passado.
De acordo com Felipe Mendes, diretor de marketing da Rebellion, o aumento da intenção de compra e do valor do ticket médio pode ser explicado pela instabilidade econômica do país. “Muitas pessoas deixaram de comprar ao longo do ano, esperando pelos descontos da BlackFriday. É, portanto, uma compra mais racional e planejada, em busca de boas oportunidades”, diz.
A Black Friday, campanha de maior faturamento do varejo americano, tem sido explorada pelo comércio eletrônico nacional desde 2010. De acordo com a Associação Brasileira do Comércio Eletrônico, a data deve movimentar mais de R$ 1,3 bilhão de vendas no país em 2015. Algumas lojas, inclusive, até ampliaram o período de preços promocionais, de olho no mercado aquecido.
E-commerce preparado
Das 0 hora às 23h59 do dia 27 de novembro, as lojas virtuais têm de estar preparadas para receber um número maior de visitas do que estão habituadas nos outros dias do ano. Por isso, as empresas que participam da Black Friday devem se organizar antecipadamente e aumentar a banda dos servidores, evitando assim que o site saia do ar e prejudique as vendas.
Além de manter a plataforma adequada, as empresas devem pensar no relacionamento com o usuário. “Ter uma logística de entrega e ser claro nos prazos é necessário para que o consumidor tenha uma experiência positiva com a sua marca”, comenta Mendes. O diretor também ressalta a importância de manter um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) ativo, pois trata-se de um direito do consumidor buscar a ferramenta para resolver possíveis problemas com a compra.
Direitos do consumidor
Tanto para compras on-line quanto para as realizadas em lojas físicas durante a Black Friday, é válido recorrer ao Código de Defesa do Consumidor, que prevê o direito de receber informações técnicas do produto, orientações de consumo adequado, proteção contra publicidade enganosa e abusiva, entre outros. Com grande número de ofertas que saltam aos olhos, é preciso ter cautela para evitar possíveis fraudes.
Atestar a confiança do site, não fornecer informações sigilosas, verificar se a empresa possui reclamações no Procon ou se há queixa de consumidores em sites de reclamação são algumas dicas para se precaver nas compras on-line. “Em caso de problemas com a compra, em primeiro lugar deve-se tentar a solução diretamente com o SAC do site de vendas. Não havendo sucesso, surge a possibilidade de acionar o órgão de defesa do consumidor e, em último caso, a interposição de uma ação judicial”, explica o advogado Luiz Gustavo Honorato, da Martins Abud Sociedade de Advogados.
No caso das compras realizadas fora do estabelecimento comercial, como é o caso das compras on-line, a lei prevê um “prazo de arrependimento” de sete dias. Sendo assim, caso o consumidor se arrependa da compra, “a devolução se dá com o envio do produto ao endereço indicado pela empresa e o reembolso deve ser integral, inclusive com os valores pagos pelo frete”, destaca Honorato. Importante lembrar que quando a aquisição do produto se deu em loja física, a devolução só é aceita se a mercadoria estiver com defeito.
Felipe Mendes, diretor de marketing da Rebellion
