A Delegacia de Polícia Civil de Santa Albertina está investigando denúncias de que funcionárias da única creche municipal da cidade teriam aplicado castigos físicos e humilhantes a crianças atendidas na unidade. Um Inquérito Civil foi aberto no dia 21 de outubro e já tem o depoimento de algumas mães. Outras ainda serão ouvidas, assim como as funcionárias acusadas e a responsável pela instituição.
O caso foi noticiado em primeira mão pelo Jornal A Tribuna. A matéria chamou a atenção da TV TEM, que esteve em Santa Albertina na quinta-feira, 12, para ouvir as envolvidas.
Pelo menos quatro mães e uma ex-funcionária da unidade, que teria testemunhado algumas agressões, fizeram denúncias ao Conselho Tutelar.
As queixas estão documentadas e relatam castigos físicos e psicológicos a crianças de ambos os sexos e com idade entre um ano e cinco meses e cinco anos. Alguns foram flagrados pelas mães. Em um dos casos, a mãe de um menino de dois anos e cinco meses teve que deixar o serviço porque o filho tem medo de ficar na creche.
Em outro, um menino de cinco anos contou que a ‘tia’ havia batido nele porque ele queria vestir a camisa sozinho. Nesse caso, a própria criança teria relatado “que estava com medo, pois a ‘tia’ tinha falado que não iria mais conversar com ele” porque a mãe se queixou da agressão. Ela acha que o filho foi coagido pela funcionária.
Se comprovadas, as supostas agressões comprovarão a falta de preparo de algumas funcionárias em lidar com crianças. Segundo o presidente do Conselho Tutelar da cidade, nenhuma das servidoras que trabalham na creche possuem formação profissional para a função. Elas seriam auxiliares de serviços gerais deslocadas de outros setores do município.
“As funcionárias não são concursadas para aquela área. São de serviços gerais”.
Fernando Piani confirmou as queixas. “As denúncias são de que as cuidadoras se estressam e batem nas crianças e que colocam de cara virada para a parede. Não é o tratamento adequado de forma alguma”.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA
Uma das mães relatou à reportagem e ao Conselho Tutelar, que procurou a Delegacia de Polícia para registrar um Boletim de Ocorrência, mas o escrivão que atendia na DP teria se recusado.
Durante a semana, o escrivão procurou a redação de A Tribuna para dizer que a matéria estava “equivocada”. Ele confirmou que não fez o BO, mas alegou que não haveria necessidade, já que o inquérito já havia sido aberto.