A tecnologia tem sido usada cada vez mais para aplicação de golpes financeiros e as modalidades de golpes se multiplicam numa velocidade tão impressionante que somente a tecnologia tem eficácia para combater essas novas práticas criminosa. Foi o que aconteceu nesta semana em Jales. Comerciantes que fazem parte do grupo de Whats App “Vizinhança Solidária” distribuíram a imagem de um homem suspeito de aplicar golpes que simulavam os pagamentos através do PIX, outra modalidade criada pela tecnologia moderna.
O homem é morador de Santa Fé do Sul e estava hospedado em um hotel. De lá ele percorria estabelecimentos comerciais da área central, fazendo compras e pagando via PIX. Ele mostrava a tela do celular para provar que tinha feito a transferência, mas, na verdade, programava o pagamento e cancelava logo depois de mostrar ao comerciante. Pelo menos dois estabelecimentos sofreram o golpe. Uma loja de celulares e uma loja de roupas. Foi esse último estabelecimento que percebeu o golpe e abordou uma viatura policial que passava em frente a loja. A Polícia Militar integrou o grupo e imediatamente os policiais compartilharam a informação no grupo de mensagens. Ato contínuo, um outro comerciante confirmou que também tinha sido vítima do mesmo homem.
A polícia iniciou as buscas pelo suspeito que foi capturado usando uma calça que tinha “comprado” numa loja, mediante a fraude. Ele confessou que aplicava os golpes e foi levado à Central de Polícia Judiciária.
A polícia orienta os comerciantes que aceitam essa modalidade de pagamento que confiram na conta bancária se o pagamento foi realmente feito, antes de liberar a mercadoria.
CELULAR DANIFICADO
No dia anterior, este jornalista recebeu uma mensagem típica de preparação para um golpe via WhatsApp. Uma pessoa cujo número não constava da sua lista de contatos (17-99704-7975) enviou mensagem se passando por um filho que tinha danificado o celular e estava mudando o número. “Boa tarde pai. Meu celular caiu e danificou, trouxe na garantia pra ver se tem conserto, salva esse número que vou ficar por enquanto ok”, disse, assinando com um coraçãozinho.
Como já conhecemos a história e todos os filhos estavam na minha presença, detectamos imediatamente a tentativa de golpe. Provavelmente, a mensagem seguinte seria um pedido de dinheiro para pagar o suposto conserto.
Copiamos a mensagem e distribuímos aos nossos contatos, postando também no Facebook e Instagram, nos perfis pessoais e páginas profissionais. Imediatamente, várias pessoas reconheceram o golpe e algumas acusaram ter pago o valor solicitado pelo golpista. O golpe é o mesmo, mas em alguns casos, o número é diferente.
Ivanir Savazzi disse: “Eu cai nesse golpe desse jeito. Recebi uma mensagem dizendo que era meu filho. Muito cuidado. Perdi R$ 580.00”.
“Acabaram de hackear o número da minha mãe e uma amiga, infelizmente, acabou enviando R$ 400,00 achando que era ela. Agora atualizaram a foto do whats e colocaram de uma família”, contou o perfil que assina como Markim Yasmin Marcato. Nesse caso, o número usado para aplicar o golpe era (17) 99726-8296.
Maria Vilma de Oliveira Santos relatou que já tinha recebido a mesma mensagem, mas não caiu no golpe. “Também já recebi dizendo que era meu filho. Queria mil e setecentos pra comprar outro celular. Mandou até as fotos do celular. Bando de vagabundos. Jamais meus filhos iam pedir isso”.
Em alguns casos, o golpista usa outros números, mas não se deu ao trabalho de mudar o texto do golpe. Foi o que aconteceu com a mãe de Viviane Flor. “Minha mãe tbm recebeu msn desta pessoa a toa, com o mesmo papo só que com outro número, (017) 99651-8354”.