Depois de 17 dias de paralisação, a greve finalmente atingiu todos os cerca de 150 bancários da região. A avaliação é do responsável pela comunicação do Sindicato dos Bancários para Votuporanga e região, Carlos José Sacco. O ápice do movimento foi alcançado na última quinta-feira, 22 quando 100% das agências permaneceram fechadas em Jales. O mesmo aconteceu em Santa fé do Sul, Fernandópolis e Votuporanga. “Inclusive os bancos que não aderiram à greve passada, o Bradesco e o Itaú, ficaram fechados também”. Novas reuniões devem acontecer diariamente para avaliação e deliberação sobre a continuidade da greve.
Segundo Saquinho, a última rodada de negociações aconteceu no dia 11 e, desde então, não houve qualquer avanço. “Os banqueiros estão insensíveis e não nos procuraram”.
Sobre reclamações de clientes em relação ao atendimento, o sindicalista confirmou que os bancos têm obrigação de manter 30% dos atendimentos para a população, inclusive o auto-atendimento. “Na agência mentem-se um caixa e um coordenador para fazer o recolhimento dos depósitos e abastecimento de numerário nos caixas eletrônicos duas vezes por dia. Vamos ver o que aconteceu e corrigir qualquer problema. O sindicato pede desculpas pelos transtornos e se coloca á disposição da população para qualquer esclarecimento”.
Entre as principais reivindicações da categoria estão reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real; PLR: 3 salários mais R$8.317,90; Piso de R$3.940,24; Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo); Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês; 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Além de melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários; Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós; Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação; Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas; abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários; fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Até agora, a proposta dos bancos foi de 6,5% de reajuste com R$ 3 mil de abono para os trabalhadores. No ano passado, a greve durou 21 dias.