Os problemas com a situação financeira da Prefeitura e, principalmente, com a Folha de Pagamento, cujos índices de gastos estão extrapolando os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e impedem a realização de novos concursos, poderão se refletir na saúde financeira do Instituto Municipal de Previdência Social – IMPSJ – e, por consequência, estão preocupando os servidores aposentados e também aqueles que pretendem se aposentar. “A situação é realmente preocupante”, admite o atual superintendente do Instituto, Claudir Balestrero.
Os números mostram que, tanto Claudir quanto os demais servidores, têm razões de sobra para estarem preocupados. Somente no ano de 2014, a Prefeitura de Jales perdeu pelo menos 67 servidores que contribuíam para o caixa do Instituto. Em 31 de dezembro de 2013, a Prefeitura tinha 957 servidores em atividade. Esse número caiu para 890 em dezembro de 2014. Em contrapartida o número de pessoas que recebem aposentadoria ou pensão através do Instituto aumentou consideravelmente no mesmo período. A quantidade de aposentados saltou de 308 para 344, enquanto o número de pensionistas subiu de 98 para 108. Ou seja, o Instituto terminou o ano com 67 contribuintes a menos e com 46 beneficiários a mais.
De acordo com os dados de 31 de dezembro de 2014, a Prefeitura possui pouco menos de 02 servidores na ativa para cada 01 aposentado/pensionista, uma proporção bem menor do que é recomendado pelos especialistas em Previdência, que calculam a proporção ideal em 04 trabalhadores ativos, para cada inativo. Em 2004, o Instituto Municipal de Previdência tinha 196 aposentados/pensionistas, enquanto a Prefeitura tinha 895 servidores ativos. Nessa época, a proporção era, portanto de 4,5 trabalhadores ativos para cada 01 inativo.
Mulheres são maioria na Prefeitura
Já houve um tempo em que as mulheres eram minoria no funcionalismo municipal. Hoje, no entanto, elas formam a imensa maioria e essa é uma preocupação a mais para o Instituto de Previdência, uma vez que as mulheres aposentam mais cedo e possuem uma longevidade maior que a dos homens. Atualmente, o quadro de servidores efetivos da Prefeitura tem 534 mulheres, com idade média de 43 anos e 356 homens, com idade média de 48 anos. Uma proporção de 1,5 mulher para cada homem. Há dez anos, em 2004, as mulheres já eram maioria, mas a proporção – 1,1 mulher para cada homem – era bem menor.
Além de serem maioria no serviço público municipal, as mulheres também ganham mais que os homens, principalmente na Secretaria da Educação, onde estão os melhores salários do funcionalismo municipal. Essa também é outra preocupação para os responsáveis pelo Instituto Municipal de Previdência. “Em 2016, o Plano de Cargos e Salários da Educação completa cinco anos e muitas professoras já poderão aposentar sem sofrer perdas salariais. É provável que tenhamos várias aposentadorias de servidoras da Educação, que ganham um salário razoável”, ressaltou um dos conselheiros do Instituto.