A Polícia Rodoviária continua ignorando os protestos e até a recomendação do delegado de polícia Altair Ramos Leon (que durante anos foi delegado de trânsito) e continua multando motoristas na Avenida Arapuã, em pleno perímetro urbano de Jales. Como o Código de Trânsito prevê regras diferentes para o tráfego em rodovias e em vias urbanas (como uso do farol baixo e limites de velocidade, por exemplo) os motoristas ficam confusos e são facilmente autuados.
Há cerca de dez dias, um motociclista se acidentou na Avenida Arapuã e precisou ser socorrido para a UPA. Como houve vítima, a Polícia Militar foi chamada para registrar a ocorrência. Porém, ao constatar que um dos veículos envolvidos estava com o licenciamento vencido, teria chamado a Polícia Rodoviária sob a alegação de que o local é de jurisdição daquela corporação.
Como resultado, a motocicleta foi rebocada para o Pátio de Fernandópolis, causando grande transtorno e despesa financeira desnecessária. “A PM nos atendeu com muita educação, mas disse que precisava esperar a Rodoviária porque ali é parte da rodovia. A Rodoviária veio e em vez de levar a moto para o pátio em Jales, levou para Fernandópolis. Tivemos que pagar o absurdo de R$ 576 no total. Foram R$ 237 só pro caminhão guincho vir de lá. Saiu mais caro eu ir buscar a moto do que fazer o documento porque o documento ficou em R$ 290, incluindo o licenciamento e o Seguro Obrigatório”, contou o irmão do motorista acidentado.
“Aconteceu com o meu irmão, mas pode acontecer com qualquer outro cidadão. Estamos sendo roubados porque em Jales tem um pátio. Por que não levam para lá? Precisa levar para Fernandópolis?”.
SITUAÇÃO RIDÍCULA
O prefeito Flávio Prandi Franco reconhece que a situação “é ridícula” e merece uma intervenção mais efetiva. “Nós já fizemos todas as notificações possíveis, inclusive para o DER e falamos com o delegado de trânsito, mas eles continuam com isso. É um absurdo! Não tem bom senso pelo lado deles”.
Para o prefeito, não basta que as autuações sejam anuladas. É preciso parar com elas. “Não tem cabimento que o cidadão tenha que entrar na justiça depois”.
Uma das alternativas, segundo ele, é a intervenção em nível de comando regional ou estadual. “Eu pedi ao Carlão (Carlos Pignatari) para marcar uma audiência com o comando do policiamento para ver o que está acontecendo. Na verdade, eu acho que vou conversar com o pessoal daqui. Vou ouvi-los pelo menos. Saber o que eles têm a dizer, qual a justificativa disso e vou passar para a imprensa o que eles me disserem”.