O titular da 5ª Vara de Justiça de Jales, Adilson Vagner Balotti, decretou a prisão preventiva dos três ex-funcionários do Hospital de Câncer de Jales acusados de desvio de recursos da entidade. Eles já estão presos temporariamente na Cadeia Pública de Santa Fé do Sul, onde permanecerão sem prazo definido.
A reportagem apurou que o ex-diretor administrativo do hospital, R.M.D., 33 anos, e outros dois ex-funcionários da administração, G.V.B., 29 anos, e L.S.S, 30 anos, estariam tentando atrapalhar as investigações que ainda estão em andamento. “A prisão foi pedida para evitar que eles combinassem alguma coisa e porque descobrimos que eles estavam assediando funcionários. Descobrimos que eles tinham descartado alguns documentos e apagado algumas informações que estavam anotadas. São fatos que nos levam a crer que eles estavam tentando destruir ou alterar provas e influenciar testemunhas”, disse uma fonte da Polícia Federal.
Diferente da prisão temporária, a prisão preventiva exige mais robustez de provas contra o acusado e precisa atender a uma série de requisitos. Entre eles, a preservação da ordem pública e o clamor popular. “A prisão preventiva é até para protegê-los”.
A prisão foi pedida pela Polícia Federal e avalizada pelo Ministério Público Estadual, que encontrou mais motivos para o pedido.
Uma das acusações que pesam sobre o grupo é que eles alteravam provisoriamente a autonomia do diretor administrativo dentro da contabilidade da instituição. Em outras palavras, R.M.D. pedia ao responsável pelo setor de informática que aumentasse o seu poder de manobrar recursos. Depois de concluir o desvio, a sua autonomia voltava ao limite determinado pela direção geral em Barretos. “Como o volume movimentado pela unidade era muito grande, chegava a R$ 12 milhões por mês, era muito difícil perceber um desvio de R$ 20 mil ou R$ 30 mil em parcelas de R$ 4 mil ou R$ 5 mil”, disse a fonte.
O trio foi preso na operação “Corrente do Bem”, deflagrada na terça-feira, dia 8 de novembro. Eles são acusados por desvios de recursos do hospital, mediante pagamentos em supermercados, hotéis, oficinas mecânicas, lojas de pneus, postos de combustíveis, restaurantes, transporte de passageiros e cargas perigosas, entre outros.
Além de associação criminosa, o grupo deverá responder por reiterados estelionatos. O crime é configurado cada vez que é cometido. Ou seja, cada vez que o desvio é detectado, há um registro. A pena, inicialmente, vai de reclusão durante um a cinco anos, mais multa. Como as acusações são múltiplas, as penas podem ser somadas até se chegar ao tempo total de reclusão.
A Polícia Federal já sugeriu à instituição algumas medidas de melhoria no controle interno. Essas recomendações estão sendo implementadas e devem reduzir a possibilidade de fraude.