Em evento realizado na Câmara Municipal, na quarta-feira, 25, os chamados grupos temáticos escalados pelo prefeito Pedro Callado para discutir e planejar o desenvolvimento de Jales entregaram os seus relatórios e fizeram uma breve exposição das conclusões de cada grupo. O projeto – que chegou a ser inscrito no “Prêmio Mário Covas”, na categoria gestão municipal – foi idealizado pelo secretário de Planejamento, José Magalhães Rocha, e incluiu vários grupos temáticos que debateram propostas envolvendo temas abrangentes como o Ensino Superior e a Cultura, além de assuntos específicos como o Estádio Municipal, a Rodoviária e a Decoração Natalina.
As propostas mais aguardadas, no entanto, envolviam o Estádio e a Rodoviária, justamente os dois últimos assuntos do evento que durou cerca de três horas e foi acompanhado por muitos estudantes. Coube ao advogado José Luiz Nunes, expor o resumo das propostas envolvendo o Terminal Rodoviário. Segundo ele, no estudo efetuado por seu grupo ficou patente a necessidade urgente de alterar a localização da Rodoviária. José Luiz argumentou que, atualmente, os ônibus são obrigados a entrar na cidade e percorrer cerca de cinco quilômetros pelas avenidas e ruas do centro, causando vários problemas.
“A situação atual causa transtornos aos munícipes, que tem que conviver com veículos de grande porte trafegando pelas vias urbanas; aos passageiros, devido ao aumento de tempo da viagem; ao município, que acaba por ter sua malha viária degradada; e às empresas de transporte, que tem um significativo aumento em seus custos operacionais, devido ao percurso que são obrigadas a fazer para chegar até a Rodoviária”, explicou José Luiz. O grupo temático concluiu, ainda, que o atual Terminal Rodoviário é muito grande e causa um prejuízo anual de R$ 200 mil para o município, devido aos custos de manutenção.
A solução ideal, segundo explicou o advogado, seria a transferência do Terminal para as proximidades da rodovia Euclides da Cunha. “Nós temos duas opções viáveis: a instalação da Rodoviária no atual prédio do Expresso Itamarati, através de uma concessão, ou então fazer uma permuta com o Instituto de Previdência Municipal, que possui uma área próxima à rodovia, ideal para a edificação de um novo Terminal, menor e mais moderno”.
O grupo sugeriu, ainda, que, no caso de uma mudança, o prédio do atual Terminal – com algumas alterações e adaptações não muito dispendiosas – poderá abrigar uma nova sede para a Prefeitura, enquanto o prédio do Paço Municipal, na Rua Cinco, poderá abrigar vários órgãos municipais, atualmente instalados em prédios alugados.
“O município gasta cerca de R$ 720 mil por ano com aluguéis. Isso somado à economia com os gastos de manutenção que deixariam de existir, traria uma diminuição de R$ 1 milhão/ano para os cofres públicos”, ressaltou José Luiz.
Ele explicou que o dinheiro para fazer as adequações no atual Terminal, para transformá-lo em sede da Prefeitura, poderia ser conseguido com a venda de uma área ociosa existente nos fundos da Rodoviária. “Dá para comercializar 15 lotes, todos de frente para a Rua Um, o que renderia, por baixo, R$ 1,5 milhão. Ainda sobraria dinheiro para, se for o caso, comprar uma área nas proximidades da rodovia”, finalizou José Luiz.
Venda do estádio poderia financiar a construção de nova praça de esportes
A transferência do Estádio Municipal “Roberto Valle Rollemberg” para outro local também foi a solução encontrada pelo grupo que estudou o tema. O engenheiro Alexandre Rensi foi o encarregado de expor as propostas do grupo, que, segundo ele, não se resumem à construção de um novo estádio de futebol, com arquibancadas e iluminação. “Na verdade, o nosso grupo chegou à conclusão de que a cidade merece um novo espaço não apenas para a prática do futebol, mas também de outras atividades esportivas e recreativas. Esse novo espaço poderia inclusive abrigar um novo parque de exposições, uma vez que o terreno da Facip já não pertence mais ao município”, explicou Alexandre.
Para o grupo, é importante que o assunto seja discutido com maturidade. “O atual estádio encontra-se já bastante defasado com relação a alguns requisitos básicos”. Alexandre ressaltou que a transferência do estádio para outro local, traria inúmeros benefícios àquele setor da cidade. “Atualmente, o trânsito naquele setor fica complicado, principalmente nos horários de pico. Com a saída do estádio, poderíamos fazer a abertura das ruas 22 e 15, com sensível melhoria no trânsito daquela região. Poderíamos, por exemplo, transformar as ruas 24 e 22 em vias de mão única”.
Rensi citou o caso de Votuporanga, que está construindo uma nova Arena para jogos de futebol. “Assim como o nosso, o estádio de Votuporanga fica no centro da cidade e eles viram a necessidade de construir outro mais afastado”. Segundo o engenheiro, o dinheiro para a construção de uma nova praça esportiva e recreativa poderá ser conseguido através do loteamento e a venda da área ocupada pelo atual estádio.
“Nosso estádio está localizado em uma área bastante valorizada. Nós avaliamos que é possível dividir o terreno em, no mínimo, 40 lotes. Num cálculo bastante conservador, nós acreditamos que o município pode conseguir uns R$ 7,5 milhões com a venda dos lotes, dinheiro suficiente para comprar outra área e construir o novo estádio”, garantiu Rensi. Ele ressaltou, por fim, que seria conveniente a aprovação de uma lei vinculando a arrecadação de recursos com a venda dos lotes à construção da nova praça de esportes. “Esse é um projeto de longo prazo e nós precisamos garantir que os futuros prefeitos não usem o dinheiro de uma eventual venda em outras finalidades”.