Com a desistência da Tetran em explorar a área azul, o problema de estacionamento de veículos no centro da cidade deve aumentar nos próximos meses, até que seja feita nova licitação. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Jales, Carlos Roberto Altimari, o Carlinhos, comentou o assunto e disse que este é um bom momento para se pensar em soluções de longo prazo, pois a situação tende a ficar cada vez mais complicada se não forem tomadas medidas que realmente possam distribuir melhor as vagas para estacionamento na área central.
O jornal A Tribuna, em sua edição de 19 de fevereiro deste ano, já havia antecipado problemas com a falta de vagas para estacionar na área central da cidade em função de estacionamentos irregulares e guias rebaixadas espalhadas por vários locais, também de forma irregular.
Segundo Carlinhos, algumas soluções bastante simples podem ser adotadas, como ampliar as áreas para veículos ocupando espaços públicos ou incentivando a abertura de mais estacionamentos por empresas privadas, melhorando a área azul e organizando o trânsito no centro.
Na avaliação do presidente da ACIJ, as vagas para estacionamento precisam ser regulamentadas de forma eficiente, sem prejudicar os comerciantes e criando meios para que os jalesenses e visitantes tenham melhores condições para fazer suas compras, pagar suas contas e realizar outras tarefas que só podem ser feitas no centro da cidade.
Funcionalidade
O vice-presidente da ACIJ e representante da entidade no Conselho Municipal de Trânsito, Antônio José da Cruz afirma que a área azul é um serviço que precisa ser melhorado constantemente, buscando alternativas, na medida em que a demanda vai crescendo. Ele também afirma que ao mesmo tempo é preciso pensar no longo prazo, pois o número de carros vai sempre aumentar, aumentando também as dificuldades de estacionamento.
A ideia, segundo Toninho Cruz, não é multar, mas fazer o sistema funcionar corretamente, para que todos possam estacionar seus veículos, eliminando coisas do tipo vagas reservadas e mantendo os espaços para as vagas rápidas, além de introduzir novos mecanismos de aprimoramento e fiscalização, como já existem nos grandes centros.
Manter o sistema de rodízio como forma de favorecer o cliente das lojas do centro da cidade também é uma das alternativas que podem ser adotadas, segundo Toninho Cruz.
Irregularidades
Na matéria publicada por A Tribuna em fevereiro, diversos moradores da cidade entraram em contato com a equipe de reportagem e denunciaram vários locais em situações irregulares que descumprem as regulamentações impostas pela Lei Municipal nº 229, de 10/08/2012 que alterou a secção IV da Lei Complementar nº 40 de 18/10/1995. Eles pediam para que a Prefeitura fiscalizasse, notificasse ou até mesmo autuasse casos de imóveis com guias de calçadas rebaixadas de forma irregular, principalmente no centro.
O advogado do Edifício Cidade de Jales, na Rua 13, em nome dos condôminos, chegou a enviar ofício ao prefeito Flávio Prandi Franco (DEM), o Flá, pedindo as devidas providências. “A situação chegou a um ponto absurdo. Estão transformando estacionamento público em privado. Inclusive causando danos ao erário público, já que prejudica a venda de Zona Azul, quando utilizam as vias para estacionamento”.
Pessoas ouvidas pela equipe do jornal relataram que “quase não temos mais aonde estacionar nas ruas do centro da cidade. Damos várias voltas nos quarteirões procurando vagas, mas é muito difícil encontra-las já que vários comércios possuem guias rebaixadas. Aos sábados, pela manhã, a situação é insuportável, quando moradores de cidades vizinhas vem fazer compras em nosso comércio e não conseguem estacionar seus carros. Isso acaba atrapalhando as vendas dos próprios comerciantes”, argumentaram.